Notícias

Brasil: casos de meningite em bebês caem 31% em sete anos Brazil: cases of meningitis in babies drop 31% in seven years

Resultado refere-se ao período de 2007 a 2013. Entre crianças e adolescentes até 14 anos, casos reduziram pela metadeThe result refers to the period between 2007 and 2013. Among children and teenagers up to 14 years of age, the cases dropped by half

20/03/2015

Meningite

Meningite entre crianças até 9 anos caiu pela metade em 7 anos

Apesar de ainda ocorrerem no Brasil surtos e epidemias ocasionais de meningite, o número de casos vem caindo substancialmente nos últimos anos. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o total de infectados pela doença diminuiu de 29,9 mil em 2007 para 18,6 mil em 2013. Resultados parciais em 2014 apontam que o resultado tende a ser ainda menor, registrando cerca de 14,7 mil casos – os dados finais do ano passado só devem ser fechados no meio de 2015.

Os melhores índices, no entanto, são verificados entre as crianças e adolescentes até 14 anos. Nesse grupo, houve uma queda no registro de infectados de 50,8% entre 2007 e 2013. Entre os bebês até um ano, a redução de casos foi de 31%.

A diminuição de casos entre as crianças pode ser explicada devido à inclusão de vacina para meningo C na rede pública de saúde, segundo a doutora Marta Heloísa Lopes. “No Brasil temos principalmente meningite por meningo C e B. Com a introdução no calendário de vacinação na rede, da vacina conjugada meningocócica C, já há documentação de queda de meningite meningocócica entre as crianças. O importante de vaciná-las no primeiro ano de vida é em razão de a meningite ser mais frequente neste público”, explica.

Ainda de acordo com a Drª Lopes, que é professora do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o controle da doença é possível no Brasil. Ela afirma ainda que “a estratégia do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é bastante adequada para o País e tem levado a bons resultados”.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da meningite bacteriana, sendo as vacinas específicas para determinados agentes etiológicos. São utilizadas na rotina para imunização de crianças com menos de 1 ano, estando quatro delas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação do PNI.

A meningite, considerada endêmica no Brasil, é a inflamação das meninges – membranas que envolvem o cérebro. É mais frequentemente causada por infecção (bacteriana, viral, ou de fungos), existindo diversos tipos da doença, cada uma delas com causas e sintomas específicos. No País, a mais comum é a das bacterianas no inverno e das virais no verão, de acordo com o MS.

Mudança de quadro na África

A queda dos casos da doença é um fenômeno que vem ocorrendo também na África subsaariana, uma das regiões mais afetadas pela meningite. Por lá ocorreu, entre os anos de 1996 e 1997, uma epidemia trágica que afetou mais de 250 mil pessoas, vitimando fatalmente 25 mil pessoas em poucos meses.

Após o lançamento de campanhas de imunização em massa na região especialmente por meio de uma vacina de baixo custo para meningite A (MenAfriVac), foram reduzidos drasticamente os registros da enfermidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), foram 11,9 mil casos e 1,1 mil mortes nos 19 países africanos em 2014. De acordo com a Organização, esses foram os números mais baixos desde a adoção de ações de controle.

A partir do lançamento das campanhas, em 2010, a MenAfriVac foi administrada a mais de 215 milhões de pessoas em 15 países do chamado cinturão africano da meningite.

Em 2015, a MenAfriVac – que já era autorizada para crianças e jovens de 1 a 29 anos – foi aprovada pela OMS para ser utilizada em bebês com menos de um ano na África subsariaana. Segundo um comunicado da diretora do Projeto Vacinas para Meningites (MVP), doutora Marie-Pierre Préziosi, as campanhas iniciais de imunização em massa com a vacina foram muito eficazes na redução de casos.

Porém, ela alerta que as epidemias ressurgirão quando um número crescente de recém-nascidos não vacinados representar uma proporção maior da população total. “A partir de agora, graças a esta decisão, autoridades sanitárias podem garantir a proteção de todos, com a vacinação rotineira dos bebês, afirmou a doutora Préziosi.

Meningitis

Meningitis among children up to 9 years of age dropped by half in 7 years

Despite Brazil still has occasional meningitis outbreaks and epidemics, the number of cases has substantially dropped over the past years. According to the Health Ministry (HM), the total of infected people has dropped from 29.9 thousand in 2007 to 18.6 thousand in 2013. Partial results from 2014 indicate the result should be even smaller, with 14.7 thousand cases – the final numbers for 2014 should only be available in mid-2015.

The better indexes, however, were verified among children and teenagers up to 14 years of age. In this group, there was a drop in the records of infected people from 50.8% between 2007 and 2013. Among babies, the decrease was of 31%.

The decrease in the number of cases among children can be explained by the fact that a vaccine against meningitis type C was inserted in the public health system, according to Dr. Marta Heloísa Lopes.  “In Brazil we have meningitis especially by meningo C and B. With the inclusion of the combined vaccine for meningo C in the system’s vaccination calendar, the numbers of meningococcal meningitis among children has already dropped. The importance of vaccinating them in the first year of life is due to the fact that meningitis is more frequent in this public”, explains.

Still according to Dr. Lopes, professor at the Infectious and Parasitic Diseases Department at the Sao Paulo University Medical School (FMUSP), the disease is controllable in Brazil. She also affirms that the “strategy of the National Program of Immunizations (NPI) is very adequate for the Country and has led to good results”.

According to the Health Ministry, vaccination is considered the most effective method when preventing bacterial meningitis, and the vaccines specific against certain etiologic agents. They are used to immunize children younger than 1 year, and four of them are available in the National Vaccination Calendar of the NPI.

Meningitis, still considered endemic in Brazil, is the inflammation of the meninges – membranes that involve the brain. It is most frequently caused by infection (bacterial, viral or fungal), having several types of the disease, each one with specific cause and symptoms. In the Country, the most common are bacterial infection during winter and viral during summer, according to the HM.

Changes in the African situation

The decrease in the number of cases is a phenomenon that has been in course also in sub-Saharan Africa, one of the regions most affected by meningitis. There, during 1996 and 1997, a tragic epidemic affected 250 thousand people and killed 25 thousand in a few months.

After the release of the mass immunization programs in the region, especially through a low-cost vaccine against meningitis A (MenAfriVac), the records of the disease decreased drastically. According to the World Health Organization (WHO), the 19 African countries registered 11.9 thousand cases and 1.1 thousand deaths in 2014. According to the organization, these were the lowest numbers since the control actions were adopted.

Since the campaings were launched in 2010, MenAfriVac was given to over 215 million people in 15 countries in the so-called “African meningitis belt”.

In 2015, MenAfriVac – which was already authorized for children and youngsters from 1 to 29 years of age – was approved by the WHO to be used in babies in their first year of life in sub-Saharan Africa. According to a release from the Meningitis Vaccine Program (MVP), Dr. Marie-Pierre Préziosi, the first mass-immunization campaigns were very effective to reduce cases.

However, she alerts that the epidemics will reappear when a growing number of non-vaccinated newborns become a greater part of the population. “From now on, thanks to this decision, sanitary authorities can assure the protection for everyone, with the routine baby vaccination”, affirmed Dr. Préziosi.