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Curso de Eliminação de Malária está sendo realizado em Brasília

08/09/2016

O evento conta com palestrantes nacionais e internacionais discutindo os mais variados aspectos envolvidos para avançar da fase de controle para a eliminação da doença

Sob a coordenação do Dr. André Siqueira, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e da Fiocruz Rio de janeiro, teve início em Brasília, na terça-feira (12/09), o “Curso de Eliminação de Malária”. O evento tem como objetivo avançar no controle da transmissão da doença no Brasil. Para discutir os mais variados aspectos envolvidos, coordenadores estaduais da Amazônia, gestores e apoiadores municipais, pesquisadores e cooperação internacional estarão reunidos até sexta-feira, dia 16.

Durante a abertura do curso foi destacado que a malária continua sendo um grande problema de saúde pública e uma das prioridades do evento é para troca de experiências entre regiões que tiveram resultados exitosos no combate à doença, com os que ainda têm desafios pela frente.

De acordo com o Dr. André Siqueira, o curso deve ampliar e nivelar o conhecimento dos profissionais sobre os avanços e as lacunas para eliminação da malária, tendo em vista o atual contexto epidemiológico brasileiro e considerando a proposta de eliminação da doença no Brasil com ênfase no Plasmodium falciparum. “Com isso espera-se um melhor manejo dos casos suspeitos, diminuindo a gravidade e contribuindo para o melhor controle da malária e da saúde da população afetada”, aponta.

Um dos consensos entre pesquisadores e gestores do controle de malária é o de que existe a necessidade de mudança de paradigma e ajuste das estratégias quando se pretende atingir a eliminação da doença. Além do tratamento oportuno se faz necessária a capacidade de detectar infecções assintomáticas e de baixa densidade parasitária, nem sempre possível com os métodos tradicionais. Para isto, é fundamental que pesquisadores e gestores de controle atuem conjuntamente para a definição e avaliação de estratégias que sejam custo-efetivas para implementação apropriada em cada contexto epidemiológico e operacional.

Malária no Brasil

Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (MS), o País registrou o menor número da doença dos últimos 35 anos. Em 2015, foram notificados cerca de 143 mil casos. Em relação ao número de óbitos, foram 26 mortes no ano passado, redução de 89% no comparativo com o ano de 2000.

Em 2015, o Ministério lançou o Plano de Eliminação da Malária no Brasil, com ênfase na malária por Plasmodium falciparum. A medida faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em substituição aos Objetivos do Milênio. A meta é a redução de pelo menos 90% dos casos até 2030 e da eliminação de malária em pelo menos 35 países.

O Plano é uma iniciativa para deter a malária com potencial de maior gravidade. Em 2000, a malária falciparum era responsável por 21% dos casos, caindo para 16% em 2014. Em 2015, foram registrados 15.442 casos autóctones de malária falciparum, aproximadamente 31% de redução em relação ao ano anterior (22.227).

A área endêmica da doença no Brasil compreende a região amazônica – responsável por 99% dos casos autóctones – incluindo Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Em 2015, houve redução de aproximadamente 1% no número de casos autóctones em comparação com 2014, passando de 139.204 para 138.069. Na análise por estado, o Maranhão (71%) apresentou a maior queda, seguido de Rondônia (29%), Pará (17%) e Acre (14%).

O Curso de Eliminação de Malária foi promovido e realizado pelo Programa Nacional de Controle da Malária.