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Gripe aviária H7N9 deixa países tropicais em alerta Avian influenza puts tropical countries in alert

Pesquisa aponta que regiões densamente povoadas e com intenso comércio de aves vivas são os mais suscetíveis à doençaResearch shows that densely populated areas with intense trade of living birds are more susceptible to the disease

11/07/2014

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O risco de uma possível pandemia é visto com atenção pelos países da América Latina. Em 2009, a região foi uma das mais afetadas pela gripe A (H1N1), anteriormente chamada de gripe suína. Argentina, México, Chile, Brasil e Peru registraram centenas de vítimas fatais

Mais de 100 pessoas na China foram infectadas por influenza A subtipo H7N9 este ano, segundo as autoridades locais. E o risco de epidemia não se restringe apenas aos chineses. Segundo estudo publicado em junho deste ano pelo jornal Nature Communications , a gripe aviária pode se espalhar por mais cinco países tropicais: Bangladesh, Índia, Vietnã e áreas isoladas da Indonésia e das Filipinas.

A pesquisa considerou mais de 8,9 mil mercados chineses de venda de aves vivas para desenvolver um modelo estatístico capaz de prever o risco de contaminação em toda a Ásia. Entre as conclusões, foi observado que o vírus só afeta o homem se houver um contato íntimo com as aves infectadas. Além disso, o risco de contaminação é relacionado às regiões densamente povoadas e nas quais o comércio de espécies vivas é intenso, o que deixa em alerta uma parte do continente asiático, especialmente as áreas mais pobres.

As principais dificuldades dos estudos em relação a esse tipo de doença devem-se aos sinais pouco perceptíveis nas aves contaminadas. Além disso, uma pesquisa desenvolvida pela equipe do Dr. He Jiankui, da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, identificou uma proteína que conecta o vírus H7N9 às células do hospedeiro. A macromolécula pode sofrer mutações até oito vezes mais rápidas que um vírus da gripe comum, segundo informações do periódico chinês Diário da Manhã do Sul .

Uma outra pesquisa, publicada na revista médica The Lancet , identificou uma mutação genética do H7N9 que o torna resistente ao oseltamivir (Tamiflu®), medicamento utilizado no tratamento dos tipos A e B do vírus. O gene foi descoberto em dois dos três pacientes com os sintomas mais severos da gripe em estudo que contou com a participação de 14 pessoas infectadas com o vírus e tratados com o remédio em um hospital de Xangai. Em um dos casos, a resistência surgiu após a infecção inicial, sugerindo que o tratamento com a medicação pode ter provocado a mutação.

A maioria das ocorrências de H7N9 foi relatado no leste da China, além de uma notificação em Taiwan. Esse subtipo de gripe aviária é um vírus animal semelhante ao H5N7, que surgiu na China em 1997, durante um surto de vírus SARS e ressurgiu em 2003 e 2004, difundindo-se para a Ásia, Europa e África e deixando centenas de vítimas humanas.

América Latina em alerta

O risco de uma possível pandemia é visto com atenção pelos países da América Latina. Em 2009, a região foi uma das mais afetadas pela gripe A (H1N1), anteriormente chamada de gripe suína, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Países como Argentina, México, Chile, Brasil e Peru registraram centenas de vítimas fatais.

As medidas de controle em relação à saúde pública no Brasil envolvem ações de vigilância epidemiológica nas unidades sentinela e nas redes de atenção, que captam os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e identificam o vírus respiratório causador, seja influenza, hantavírus ou outros. “É feita uma investigação epidemiológica do local provável de infecção, a região geográfica que se origina o paciente para saber se o caso é autóctone ou importado”, explica o infectologista Dr. Dalcy Albuquerque Filho, que é representante regional da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical no Distrito Federal (SBMT/DF). Os dados coletados são inseridos nos sistemas de informação do Ministério da Saúde, sendo posteriormente disponibilizados aos órgãos que vão prevenir e controlar as epidemias de gripe.

Quanto ao controle de saúde animal, a responsabilidade pela fiscalização no país é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As ações prevêem a coleta de amostras para diagnóstico laboratorial em estabelecimentos, abatedouros e pontos de ingresso do País, como portos, aeroportos e fronteiras. Quando há ocorrência de possíveis focos de doenças, são adotadas medidas como restrições de trânsito de aves e seus produtos e sacrifício de animais infectados.

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The risk of a pandemic is closely followed by Latin American countries. In 2009, the region was one of the most affected by Influenza A (H1N1), earlier referred to as pig flu, according to the World Health Organization (WHO). Argentina, Mexico, Chile, Brazil and Peru reported hundreds of fatal victims

Over 100 people in China were infected by the Influenza A subtype H7N9 this year, according to local authorities. But the risk of an epidemic is not restricted to the Chinese people. According to a study published this year by Nature Communications , the bird flu could spread to 5 other tropical countries: Bangladesh, India, Vietnam and isolated areas in Indonesia and the Philippines.

The research considered 8.9 thousand Chinese living-birds markets to develop a statistical model able to predict the contamination risk in all Asia.  Among the conclusions, it was observed that the virus only affects humans if there is close contact with the infected birds. Besides this, the contamination risk is related to the densely populated areas where there is an intense trade of living birds, what puts a part of the Asian continent in alert, especially the poorest regions.

The main difficulties of the studies about this disease is due to the barely perceptible signs in the infected birds. Besides this, a research by Dr.  He Jiankuis team, from South China Science and Technology University identified a protein that connects the H7N9 virus to the hosts cells. The macromolecule could mutate up to 8 times faster that the regular flu virus, according to information from the Chinese periodical South China Morning Post .

Another research published in the medical journal The Lancet , identified a genetic mutation of the H7N9 virus that makes it resistant to oseltamivir (Tamiflu®), the drug for the virus A and B types treatment. The gene was found in two out of three patients who had the most severe symptoms of the flu during a study in which participated 14 infected people, treated with the drug in a Shanghai hospital.  In one of the cases, the resistance came after the initial infection suggesting the treatment with the medication could have caused the mutation.

Most of the H7N9 occurrences were reported in East China, besides a notification in Taiwan. This subtype of avian flu is a virus similar to the H5N7, that emerged in China in 1997, during a SARS virus outbreak and reemerged in 2003 and 2004, spreading to Asia, Europe and Africa, striking hundreds of human victims.

Latin America under alert

The risk of a pandemic is closely followed by Latin American countries. In 2009, the region was one of the most affected by Influenza A (H1N1), earlier referred to as pig flu, according to the World Health Organization (WHO). Countries as Argentina, Mexico, Chile, Brazil and Peru reported hundreds of fatal victims.

As control measures in Brazilian public health involve epidemiological surveillance actions in the sentinel units and attention networks, which receive the cases of Severe Acute Respiratory Syndrome and identify the causing virus, whether it is influenza, hantavirus or others.  An epidemiological investigation is conducted on the probable site of the infection, the geographic region where the patient is from to know if the case is autochthonous or imported, explains the infectologist Dr. Dalcy Albuquerque Filho, the representative of the Brazilian Society of Tropical Medicine in Brazils Federal District (SBMT/DF). The collected data are uploaded to the Health Ministrys information systems, and made available to those who will prevent and control the flu epidemics.

Regarding animal health control, the surveillance is matter of the Agriculture, Livestock and Food Supply Ministry (Mapa). The actions intend to collect samples for laboratory diagnosis in establishments, slaughterhouses and national entry points, as ports, airports and borders. Whenever there are suspicious infection sources, measures as restriction of birds and its products transit or infected animals sacrifice are put into action.