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SBMT divulga os vencedores do Prêmio Jornalista Tropical 2019

Luiz Henrique da Silva Gomes, Valéria Dias da Silva, Éricka Flavia Marques de Araújo e Ana Graziela Aguiar são os vencedores nas categorias Impresso, Online, Rádio e TV, respectivamente

09/07/2019
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Concorriam ao Prêmio nesta sexta edição 89 reportagens: 30 na categoria Online; 26 na categoria TV; 25 na categoria Impresso e 8 na categoria Rádio

Durante quatro meses, a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) recebeu inscrições de matérias para concorrer ao Prêmio Jornalista Tropical 2019 em quatro categorias: Impresso, Online, Rádio e TV. As reportagens foram analisadas por uma comissão julgadora composta por três especialistas em Medicina Tropical membros da SBMT e mais a coordenadora da assessoria de comunicação.

Após criteriosa análise das 89 reportagens, a Comissão escolheu como vencedora na categoria Impresso, entre as três finalistas, a matéria “Pesquisa busca resposta sobre vírus”, do jornalista Luiz Henrique da Silva Gomes, veiculada no jornal Tribuna do Norte, no dia 30 de março de 2019. De acordo com a reportagem, exames realizados em seis pacientes, confirmaram a presença do vírus da Chikungunya, mas infectologistas da rede de saúde estadual e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que estudaram o caso não descartaram outras hipóteses e apontaram quatro possibilidades.

Confira aqui a reportagem “Pesquisa busca resposta sobre vírus”.

Já na categoria Online, entre as três finalistas, a vencedora foi a reportagem especial No Acre, USP pesquisa malária e saúde de mães e seus bebês, da jornalista Valéria Dias da Silva, publicada no Jornal da USP, em 13 de setembro de 2018. A reportagem reúne textos, vídeos, artigos e infográficos que descrevem três projetos da Universidade de São Paulo (USP) realizadas em Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul, cidades do Acre campeãs de ocorrência de malária no Brasil. Esses estudos são realizados por pesquisadores de duas unidades da USP: Instituto de Ciências Biomédicas e Faculdade de Saúde Pública.

Confira aqui a reportagem especial “No Acre, USP pesquisa malária e a saúde de mães e seus bebês”.

Reportagens individuais

Projeto Malária

USP pesquisa malária onde a doença mais ocorre no Brasil 

Biolarvicidas podem ser alternativa no combate à malária 

Playlist com os três vídeos sobre o projeto da malária 

Projeto saúde de mães e bebês

Mil dias de vida: USP acompanha a saúde de mães e bebês no Acre 

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ixBPJS_lBxg

Artigos

A malária volta a assustar o Brasil. O que a Universidade tem com isso? 

Alimentação no início da vida: janela para o futuro 

As crianças e as febres tropicais: 15 anos de pesquisa da USP no Acre 

Na categoria TV, entre as três finalistas, a vencedora foi a reportagem “Doença de Chagas: o adoecer do coração”, da jornalista Ana Graziela Aguiar, veiculada na TV Brasil, em 16 de agosto de 2018. O programa “Caminhos da Reportagem”, ao dar voz a pessoas que vivem com a enfermidade, pretendeu mostrar que a doença de Chagas não ficou no passado. Ela não foi eliminada e ainda existem pessoas sendo infectadas. A doença de Chagas é considerada uma das doenças negligenciadas, um grupo de doenças tropicais endêmicas, especialmente entre as populações pobres da África, Ásia e América Latina. Para o cardiologista e coordenador do ambulatório de doença de Chagas da Universidade de Pernambuco, Wilson de Oliveira Junior, trata-se, pela classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), de uma doença extremamente negligenciada. “Realmente ela não é democrática, ela é extremamente antidemocrática porque atinge só a população pobre. E é uma doença que é gerada pela pobreza e que causa mais pobreza”, afirma o médico, também idealizador da Casa de Chagas, o primeiro ambulatório do mundo totalmente dedicado ao tratamento da enfermidade e ao acolhimento de pacientes. A equipe de reportagem esteve no Recife para conhecer o ambulatório, conversar com médicos e com pessoas que vivem com a doença. Em Abaetetuba, no Pará, o programa conheceu duas famílias que foram infectadas com a doença a partir do consumo de açaí.

A falta de conhecimento implica em dificuldade para diagnóstico e tratamento. Uma pesquisa da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras Brasil, realizada em cinco cidades brasileiras em 2015, apontou que 32% dos profissionais médicos das unidades de atenção básica em saúde não sabiam oferecer o diagnóstico para doença de Chagas e menos de 14% sabiam oferecer o tratamento adequado. Para a pesquisadora em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Andreia Silvestre, o Brasil precisa conhecer esses indivíduos que têm doença de Chagas, saber quem são e quantos são para, a partir daí, produzir o tratamento adequado. “A gente precisa ter um olhar para esses milhões de pacientes que foram acometidos pela doença de Chagas no passado e que não receberam o tratamento adequado e que hoje têm que conviver com a doença crônica”.

A Doença de Chagas não é erradicável por ser uma zoonose. Pode ser eliminada (incidência zero), porém é preciso manter as medidas de controle, o que não acontece com uma doença erradicada, como a varíola.

Confira aqui a reportagem “Doença de Chagas: o adoecer do coração” .

E na recém criada categoria Rádio, entre as três finalistas, a vencedora foi a matéria “Saúde faz alerta para vacinação contra febre amarela; especialista ressalta a importância da vacinação”, da jornalista Éricka Flavia Marques de Araújo. A reportagem foi veiculada na Rádio Brasil Campinas, no dia 20 de fevereiro de 2019. Na matéria, o médico infectologista Marcelo Nardi Pedro destacou a importância da imunização para evitar um surto da doença no país e também esclareceu que a vacina, embora surte alguns efeitos, não deve deixar de ser tomada.

Confira aqui a reportagem “Saúde faz alerta para vacinação contra febre amarela; especialista ressalta a importância da vacinação” .

Além do valor de R$ 1.500,00 para os jornalistas vencedores, os ganhadores estão convidadas a participar do 55º Congresso da SBMT  para receberem o título de Jornalista Tropical 2019 durante a cerimônia de abertura do evento, que será realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, entre os dias 28 e 31 de julho.

Quem julgou as reportagens

O primeiro especialista que contribuiu na difícil decisão de classificar os trabalhos jornalísticos foi o professor emérito Dr. Pedro Tauil. Ele é doutor em Medicina Tropical pela Universidade de Brasília (UnB), onde atualmente é professor colaborador voluntário, junto à área de Medicina Social da Faculdade de Medicina e do Programa de pós-graduação em Medicina Tropical. Dr. Tauil possui experiência na área de saúde coletiva, com ênfase em epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: epidemiologia e controle de malária, dengue e febre amarela e metodologia epidemiológica.

O segundo especialista que participou efetivamente da escolha foi o Doutor em Doenças Tropicais, Pesquisador e Médico Tropicalista, André Siqueira, Ele possui graduação em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB), Residência Médica em Infectologia pela Universidade de São Paulo (USP), Mestrado em Epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropical Medicine (2011) e doutorado em Doenças Tropicais pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) / Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (2014). É Pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ).

O terceiro especialista que ajudou na escolha foi o professor Dr. Carlos Henrique Nery Costa. Ele concluiu doutorado em Saúde Pública Tropical, na Harvard University, e foi presidente da SBMT entre 2011 e 2013. Atualmente é professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), médico do Instituto de Medicina Tropical Natan Portella e coordena o Laboratório de Pesquisas em leishmanioses. Dr. Carlos Henrique também é o coordenador-geral das mídias da SBMT.

A quarta integrante foi a jornalista Denise de Quadros. Ela coordenou a Comunicação Social do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a imprensa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e foi chefe da Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Estado da Criança do Distrito Federal (SECriança). Desde 2018 atua como assessora de comunicação da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB e desde 2012 coordena a assessoria de comunicação da SBMT.

Clique aqui e conheça os vencedores das edições anteriores e saiba mais sobre o Prêmio Jornalista Tropical, criado pela SBMT em 2014.