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Presidente do MEDTROP 2016 destaca últimos preparativos e os principais temas do evento

Entre os trabalhos que devem ter maior repercussão, o doutor Fernando Pedrosa destaca os relacionados com as arboviroses e os avanços referentes à Malária

07/07/2016
Dr.

Tentamos destacar as atuais epidemias ocorrentes nos centros urbanos brasileiros, como Dengue, Zika e Chikungunya, mas mantivemos em discussão outros temas importantes à saúde

Quase tudo pronto para o 52º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP 2016), que será realizado entre os dias 21 e 24 de agosto, em Maceió (AL). Com a proximidade do evento, o presidente deste ano, doutor Fernando de Araújo Pedrosa, em entrevista à SBMT, destacou os últimos ajustes, a superação das dificuldades no atual momento de crise econômica e quais serão as principais discussões do Congresso.

Veja, abaixo, a íntegra da entrevista:

SBMT: Como estão os preparativos para o MEDTROP 2016?

Dr. Fernando: Estamos entrando na fase final de organização do evento. Nesse momento, estamos finalizando a programação científica com uma importante inovação. Fizemos uma chamada aos pesquisadores para encaminharem propostas de mesa redonda, preferencialmente autofinanciáveis, que foram analisadas pela comissão científica do Congresso e incluídas na programação. Em um momento de crise econômica, temos de ter criatividade e os colegas tropicalistas atenderam ao chamado nesse desafio. O evento acontecerá no Centro de Convenções Ruth Cardoso e toda logística está sendo elaborada – de aeroporto – hotéis – centro de convenções, para oferecer conforto aos participantes e convidados.

SBMT: Quais os temas mais comuns dos trabalhos a serem apresentados este ano?

Dr. Fernando: O tema central do MEDTROP 2016 é “Doenças Urbanas e Mundiais”. Tentamos destacar as atuais epidemias ocorrentes nos centros urbanos brasileiros, como Dengue, Zika e Chikungunya. Entretanto, para manter o caráter plural do evento, mantemos em discussão outros temas importantes para a saúde do povo brasileiro, trazendo assuntos atuais e históricos – os trabalhos científicos foram rigorosamente selecionados e distribuídos neste sentido. Além disso, a parceria com a Rede TB e o ChagasLeish engrandecerá muito o nosso evento.

SBMT: Quais pesquisas divulgadas no evento devem ter forte repercussão no meio científico?

Dr. Fernando: As principais estarão relacionadas com as arboviroses atuais e os avanços referentes à Malária, onde as pesquisas avançaram muito nos últimos anos, seja em relação aos parasitos, aos meios diagnósticos ou aos tratamentos. Quanto à Malária, temos que nos manter atentos à possibilidade do reaparecimento dessa enfermidade em áreas onde está ausente, mas o inseto transmissor está presente.

SBMT: O MEDTROP 2016 começará quando estiverem acabando as Olimpíadas de 2016, no Brasil. O Congresso deve repercutir como foram as ações de controle de viroses transmitidas pelo Aedes aegypti e a possível entrada de enfermidades no País?

Dr. Fernando: Certamente. Em primeiro lugar é preciso incrementar o combate ao Aedes aegypti no período que antecede os jogos e durante o evento. Também é necessário que estejamos preparados para a ocorrência de casos que deverão ser diagnosticados e tratados. Teremos nas Olimpíadas um verdadeiro laboratório de estudo na Cidade do Rio de Janeiro, que repercutirá no MEDTROP 2016 e certamente no mundo. Será uma experiência enorme para todos nós.

SBMT: Tem sido difícil organizar um grande evento em um momento de crise?

Dr. Fernando: Se em um momento de fartura é extremamente trabalhoso, imagine em momento de crise! O Congresso não se concretiza somente com as inscrições. Pelas suas características de um evento dedicado a temas de saúde pública, dependemos da ajuda de instituições públicas de saúde e de pesquisa em um momento de retração financeira diante da grave crise que atravessamos. Por essa razão, tem sido importantíssima a parceria do doutor Marcus Lacerda, presidente da SBMT, que tem se empenhado para o sucesso do MEDTROP 2016. Apesar do cansaço em alguns momentos, estamos entusiasmados e na expectativa de um excelente evento. Esperamos todos em Maceió.

**Esta reportagem reflete exclusivamente a opinião do entrevistado.**