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Angola pretende controlar rapidamente epidemia de febre amarela no país

Para atingir objetivo, governo local apela para que produção de vacinas contra a doença no mercado internacional seja “acelerada”

12/05/2016
Dr.

De acordo com o Dr. Filomeno Fortes, mesmo com o engajamento político e financeiro do governo, a disponibilidade de vacina no mercado Internacional não permite o aumento rápido da cobertura vacinal

A vacinação tem sido a principal arma contra a epidemia de febre amarela em Angola, na África, que já matou mais de 250 pessoas. Esse suporte é fundamental para conter o avanço do surto no país, de acordo com o coordenador do programa nacional de luta contra a malária e grandes endemias, doutor Filomeno Fortes.

“Apesar do engajamento político e financeiro do governo angolano, a disponibilidade de vacina no mercado Internacional não permite o aumento rápido da cobertura vacinal”, alerta o médico. O país, de acordo com o governo, vem sofrendo com a falta do produto e tem reiterado o apelo para que a produção de imunizantes seja “acelerada”.

De acordo com Filomeno, o aumento da cobertura vacinal garantirá o controle da epidemia até o mês de junho deste ano. Até o momento, 91% da população da capital do país, Luanda, já foi imunizada. Ainda estão em curso ações de vacinação em províncias de alto risco e de controle de viajantes nos pontos de entrada e saída do país.

Outras medidas incluem a luta antivetorial integrada, com o reforço do sistema de vigilância epidemiológica, a mobilização comunitária e o manejo de casos com enfoque para as síndromes febris íctero-hemorrágicos.

“Pretende-se ter a epidemia controlada num espaço curto de tempo, tendo em conta que o mês de abril é o de maior pluviosidade e, no mês de maio, ainda persistirão muitos criadouros pluviais e domésticos [do vetor]”, relemebrou o médico.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, recentemente, que o atual surto de febre amarela em Angola pode ser uma ameaça para o mundo inteiro, inclusive para o Brasil, onde há grande proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

Origem do surto

O epicentro da epidemia foi Luanda, ocorrendo posteriormente diversas notificações em outras províncias. Até o final de abril, foram registrados mais de 2 mil casos suspeitos da doença no país.

O primeiro ocorreu no dia 5 de dezembro de 2015, em uma clínica privada de Luanda. A confirmação da circulação do vírus da febre amarela em Angola, no dia 20 de janeiro, foi feita por um laboratório especializado na África do Sul, sendo a OMS notificada no dia seguinte.

No dia 29 de março, a Organização caracterizou a epidemia em grau 2 de emergência no Quadro de Resposta a Emergência. Apesar disso, até o momento, o Órgão não recomenda nenhuma restrição a viagens ou atividades comerciais em Angola.