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Avanço de vírus mais agressivo da dengue preocupa área da saúde

Dos 2,2 mil registros da doença no país em 2016, 6,4% são do tipo mais grave

15/08/2016
Dr.

Segundo o Dr. Marcos Boulos, as medidas de controle não se alteram com o sorotipo circulante e há necessidade de maior e melhor capacitação dos profissionais de saúde

Apontado pelos especialistas como o tipo mais agressivo da dengue, o sorotipo viral 2 representa 6,4% do total de 2.204 mil casos da doença registrados entre janeiro e junho de 2016. No mesmo período, foram confirmados 318 óbitos relacionados à doença. Os dados são do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

Transmitida pelo mosquito Aaedes aegypti, a dengue é classificada em sorotipos virais DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4. O tipo 1 é o mais comum e representa 90,1% dos casos registrados até junho de 2016. Já os tipos 3 e 4 representam 0,9 e 2,6 respectivamente.

A grande quantidade de pessoas infectadas pelo tipo 1 nos últimos anos pode explicar o aumento de casos tipo 2. Uma vez infectado por um dos sorotipos, o paciente fica imune apenas àquele vírus especifico, aumentando o risco de ser contaminado pelos tipos mais graves. É o que explica o doutor Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde: Como tivemos uma intensa circulação do dengue 1, o surgimento de um novo sorotipo traz a preocupação de maior incidência de formas graves da doença.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, até junho de 2016 foram registrados 1.345.286 casos prováveis de dengue no Brasil. Desses, 59,9% corresponde à região Sudeste, ou seja, 806.495 suspeitas de infecção por dengue. Em seguida vem o Nordeste com 276.843 casos, Centro-Oeste (146.693), Sul (80.419) e Norte (34.836). No mesmo período foram descartadas 429.895 ocorrências.

Na opinião do Dr. Marcos Boulos as medidas de controle não se alteram com o sorotipo circulante. Há sim a necessidade de maior e melhor capacitação dos profissionais de saúde. Temos de continuar combatendo o Aedes e iniciar as ações antes do verão para que o número de casos das arboviroses sejam mais suportáveis para o sistema de saúde, afirma.

Apesar do aumento de infecções pelo sorotipo 2, se comparado ao mesmo período de 2015, percebe-se queda no total de registros da doença. Os dados mais recentes confirmam 511 ocorrências de dengue grave e 5.570 casos de dengue com sinais de alarme. Já em 2015, foram confirmados 1.365 casos de dengue grave e 18.619 casos de dengue com sinais de alarme.