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Brasil celebra recuperação expressiva na cobertura vacinal após investimentos governamentais

Em resposta ao declínio da cobertura vacinal observado desde 2016, o governo do presidente Lula tomou medidas decisivas para reverter esse cenário

05/02/2024

O Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no início de 2023, tornou-se a principal estratégia do Governo Federal para resgatar altas coberturas vacinais em todo o País

 

Diante de um declínio preocupante na cobertura vacinal no Brasil desde 2016, o governo liderado pelo presidente Lula assumiu um compromisso significativo para reverter esse cenário. No início de 2023, o Governo Federal lançou o “Movimento Nacional pela Vacinação” com a missão de recuperar as altas coberturas vacinais no País. Esta iniciativa foi acompanhada por diversas ações técnicas e de comunicação do Ministério da Saúde, que enfatizou o lema “Vacina é vida, vacina é para todos”. Em um esforço coordenado, o governo lançou a plataforma “Saúde com Ciência” para combater a desinformação, promoveu microplanejamento e destinou R$ 151 milhões a estados e municípios, além de padronizar as regras dos sistemas de informação, direcionando todos os dados para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

O desafio de reverter a queda na cobertura vacinal foi enfrentado com determinação, e já em um ano, os resultados das ações governamentais são visíveis. O Poder Legislativo e outras entidades se uniram ao esforço e foi criada a Frente Nacional pela Vacinação, o Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, que contou com o apoio de órgãos como o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), associações científicas e sociedade civil organizada.

As estatísticas revelam um progresso notável na cobertura vacinal, especialmente entre as oito imunizantes recomendados para crianças de um ano de idade. Sete apresentaram aumento em 2023 em comparação com os dados de 2022, incluindo Hepatite A, pneumocócica, meningocócica, poliomielite, difteria-tétano-coqueluche (DTP), primeira e segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola. A nível nacional, a cobertura vacinal aumentou entre 4% (2ª dose de sarampo, caxumba e rubéola) e 7,8 pontos percentuais (pneumocócica).

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Dra. Ethel Maciel, explica que a avaliação da cobertura vacinal entre os estados mostrou melhorias consistentes, sendo que todos apresentaram avanços na vacina difteria-tétano-coqueluche. Segundo ela, estados como Piauí, Espírito Santo e Rondônia se destacaram ao superar metas recomendadas em diversas vacinas. “O aumento da cobertura vacinal teve um impacto direto no número de municípios que alcançaram as metas recomendadas, com destaques para vacinas como DTP, poliomielite e hepatite A”, acrescenta.

A cobertura vacinal contra febre amarela, particularmente recomendada aos nove meses de idade, também registrou avanços em todo o País. Destaque especial vai para o Distrito Federal, que alcançou 82,9% em 2023, o que representou um aumento significativo em relação a 2022. A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), que enfrentava declínio desde 2014, testemunhou um aumento notável de 30% em 2023, atribuído às estratégias inovadoras, incluindo a vacinação nas escolas.

De acordo com a Dra. Maciel, a recuperação da cobertura vacinal recomendada para crianças com menos de seis meses é um desafio significativo. “Diferentemente de outras faixas etárias, atingir altas coberturas vacinais nesse público depende principalmente de ações na Atenção Primária, a primeira infância. A recuperação da cobertura vacinal nesse grupo está mais associada à abrangência da Atenção Primária do que ao aumento dos esforços de vacinação”, ressalta ao complementar que se essas crianças não receberem vacinação adequada até completarem um ano de idade, as doses de recuperação não são contabilizadas na cobertura vacinal para menores de 1 ano. “As coberturas vacinais recomendadas entre 2 e 6 meses de vida (rotavírus, meningocócica, pentavalente, pneumocócica e poliomielite) permaneceram estáveis em comparação com as coberturas de 2022”, atenta.

Por fim, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente reconhece que a migração de dados para a RNDS também representou um obstáculo, com registros retidos e uma interrupção no antigo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI). “Esses desafios, incluindo a escassez temporária de algumas vacinas, destacam a complexidade da agenda de vacinação. A disponibilidade de dados, agora apresentados no painel de vacinação, reflete um compromisso com a transparência, permitindo que os cidadãos acessem suas informações de vacinação online. O esforço contínuo para corrigir registros e garantir uma cobertura vacinal precisa demonstra o comprometimento do Brasil em proteger sua população por meio da imunização”, conclui.

Apesar dos desafios enfrentados, o Brasil celebra o sucesso no primeiro ano do Movimento Nacional Pela Vacinação. A colaboração entre setores, ações governamentais e o engajamento da sociedade mostram que é possível reverter a queda da cobertura vacinal e fortalecer a cultura de imunização no país. A contínua monitorização da cobertura vacinal e o aprimoramento dos sistemas de informação são passos cruciais para manter esse progresso e enfrentar os desafios futuros.

Confira o artigo “Restoring High Vaccine Coverage in Brazil: Successes and Challenges” publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (RSBMT).

**Esta reportagem reflete exclusivamente a opinião do entrevistado.**