Notícias

Chikungunya é protagonista de nova preocupação epidemiológica em países tropicaisChikungunya plays new epidemiologic concern in tropical countries

Oriundo da Tanzânia e disseminado entre países africanos e asiáticos, o vírus chikungunya (CHIKV) desde o final de 2013.Originated in Tanzania and disseminated throughout asian and african countries, the Chikungunya virus (CHIKV) since the end of 2013.

20/05/2014

Para

Para doenças como Chikungunya não existem medidas efetivas em fronteiras ou aeroportos, pois a pessoa pode viajar durante o período de incubação ou ser um caso assintomático

Oriundo da Tanzânia e disseminado entre países africanos e asiáticos, o vírus chikungunya (CHIKV) desde o final de 2013, quando fez vítimas no Caribe, tem sido motivo de preocupação para os países tropicais da América do Sul. “Há uma situação de alerta em relação ao chikungunya”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (SVS/MS), Dr. Jarbas Barbosa, ao atentar que toda a população do continente é considerada vulnerável por dois motivos: como nunca circulou antes em nossa região ninguém tem imunidade ao vírus e ambos os mosquitos – Aedes aegypti e Aedes albopictus –capazes de transmitir a doença estão presentes em praticamente todas as áreas das Américas.

A ocorrência em solo caribenho preocupa especialistas, pois foi a primeira vez que o vírus foi transmitido no hemisfério ocidental de forma autóctone, ou seja, já contaminou os mosquitos locais. Entretanto, o secretário assegura que estão sendo tomadas diversas medidas a fim de garantir a saúde da população. “Profissionais foram enviados à ilha de Martinica para atualização clínica no manejo de pacientes, que servirá para capacitação dos especialistas da área de assistência no Brasil, revela ao adiantar que, além da importação de testes para identificação ou descartes de casos suspeitos, profissionais dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) das secretarias estaduais estão sendo capacitados, com técnicas de diagnóstico, para servirem de apoio às ações de vigilância, controle e assistência.

Grandes eventos

A possibilidade do vírus chikungunya tornar-se epidêmico nas Américas a partir do fluxo de turistas gerado em ocasião da Copa do Mundo, tem tido destaque na mídia, mas para o Ministério da Saúde a prevenção deve ser constante e não apenas em grandes eventos. “O Brasil está preparado para realizar o diagnóstico da doença e equipes de profissionais estão sendo treinadas”, aponta o secretário ao observar, contudo, que as medidas de prevenção por parte da população é fundamental para evitar que o vírus passe a circular no País.

Dr. Barbosa explica que para doenças como Chikungunya não existem medidas efetivas em fronteiras ou aeroportos, pois a pessoa pode viajar durante o período de incubação ou ser um caso assintomático. Além disso, os sintomas são semelhantes às de outras doenças como a dengue: febre, dor de cabeça e fadiga, a grande diferença está nas dores articulares que podem acompanhar o paciente por meses. Os cuidados também devem ser os mesmos e evitar criadouros é fundamental.

O vírus

Ele é transmitido pela picada da fêmea de mosquitos infectados que adquire o vírus ao picar uma pessoa infectada durante o período de viremia. Uma vez contraído o CHIKV a pessoa se torna imune a doença que não possui tratamento especifico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde o ano de 2004, o CHIKV já foi identificado em 19 países. No mesmo ano, um surto na costa do Quênia propagou o vírus para Comores, Ilhas Reunião e outras ilhas do oceano Índico, chegando, em 2006, à Índia, Sri Lanka, Ilhas Maldivas, Cingapura, Malásia e Indonésia. Nesse período, foram notificados aproximadamente 1,9 milhão de casos, a maioria na Índia. No ano de 2007 foi identificado na Itália. Em 2010, há relato de casos na Índia, Indonésia, Mianmar, Tailândia, Ilhas Maldivas, Ilhas Reunião e Taiwan, todos com transmissão sustentada. No mesmo ano, França e Estados Unidos também registraram casos, mas sem transmissão autóctone. Já no final de 2013, foi detectada transmissão autóctone em vários países do Caribe (Anguila, Aruba, Dominica, Guadalupe, Guiana Francesa, Ilhas Virgens Britânicas, Martinica, República Dominicana, São Bartolomeu, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia e São Martinho) e, em março de 2014, na República Dominicana.

No Brasil, os três primeiros casos identificados, em 2010, foram de pessoas que se infectaram no exterior: dois homens que estiveram na Indonésia, um de 41 anos, do Rio de Janeiro, e outro de 55 anos, de São Paulo; e uma mulher de 25 anos, também de São Paulo, que esteve na Índia. As pessoas atingidas já se recuperaram. Até o momento não há transmissão autóctone no País.

Para

Para There are no effective measures against diseases like Chikungunya in borders or airports, because the person can travel during the incubation or be asymptomatic

Originated in Tanzania and disseminated throughout asian and african countries, the Chikungunya virus (CHIKV) since the end of 2013, when it claimed victims in the Caribbean, it has been a concern among tropical countries from South America. “There is an alert situation regarding the chikingunya”, affirms the Health Surveillance Secretary of the Health Ministry (HSS/HM), Dr. Jarbas Barbosa while stressing that all the continent’s population is considered as vulnerable for two reasons: since the virus has never circulated in our region, nobody has immunity against it and the both mosquitoes – Aedes aegypti and Aedes albopictus – capable to transmit the disease are present in almost all Americas.

The occurrence in the Caribbean concerns specialists, once it was the first time the virus was transmitted in the eastern hemisphere in the autochthonous form, i.e., it has contaminated local mosquitoes. However, the secretary assures that measures to ensure the populations health are being taken. “Professionals were sent to the Martinica Island for clinical update in patient care, what will allow to capacitate Brazilian assistance specialists”, reveals while forwarding that, besides importing identification/rule out tests of suspicious cases, professionals from the Central Public Health Laboratories (Lacens) of the Health Secretaries are being trained, with diagnosis techniques, to support the surveillance, control and assistance measures.

Large events

The possibility of the chikingunya virus becoming an epidemic in the Americas through the tourist flow of the FIFA World Cup, has gained space in the media, but the Health Ministry says prevention must be constant and not during large events. “Brazil is prepared to diagnose the disease and professional teams are being trained”, points the secretary while observing, however, that prevention measures from the population is fundamental to avoid the virus’ circulation in the country.

Dr. Barbosa explains that there are no effective measures against diseases like the chikingunya in borders or airports, once the person can travel during the incubation period or be and asymptomatic case. Besides this, the symptoms are similar to other diseases as dengue: fever, headaches and fatigue, the great difference lies in the joint aches that can be present for months. The attention must be the same and avoid mosquito developing points is fundamental.

The virus

It is transmitted through the bite of the infected female mosquito, which acquires the virus when biting and infected person during the viremia period. Once contracted the CHIKV the person becomes immune to the disease that has no specific treatment.

According to the World Health Organization (WHO), since 2004 the CHIKV was identifies in 19 countries. In the same year, an outbreak in Kenya’s coast took the virus to the Comoros, Reunion Islands and other islands from the Indian Ocean, reaching India, Sri Lanka, Falkland Islands, Singapore, Malaysia and Indonesia in 2006. During this period, approximately 1.9 million cases were notified, most of them in India, Indonesia, Myanmar, Thailand, Falkland Islands, Reunion Islands and Taiwan, all with sustained transmission. In the same year, France and the USA registered cases, but no autochthonous transmission. In the end of 2013 the autochthonous transmission was detected in the Caribbean (Anguilla, Aruba, Dominica, Guadalupe, French Guiana, British Virgin Islands, Martinique, Dominican Republic, Saing Bartholomew, Saint Cristopher and Nevis, Santa Lucia and Saint Martin) and, in March 2014, in the Dominican Republic.

In Brazil, the three first identified cases, in 2010, were in people infected abroad: two men who were in Indonesia, one aged 41 years old from Rio de Janeiro and another aged 55 years old from Sao Paulo; and a 25 year old woman, also from Sao Paulo, who was in India. The infected people have recovered. Up to the moment, there is no record of autochthonous transmission in the country.