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Prof. Carlos Brisola alerta para a falta de identificadores de mosquitos e oferece serviços

Segundo entomologista, quando arbovírus se adaptarem aos nossos mosquitos, será preciso correr para formar pessoal capacitado

15/08/2016
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Para contribuir na formação de novos especialistas na identificação de mosquitos, Prof. Carlos Brisola esta à disposição para ministrar cursos de formação

Há centenas de arbovírus, muitos ainda desconhecidos, circulando pela natureza. E o Brasil está sendo invadido por novos, como o Zika e West Nile. A pergunta que fica é: e se esses vírus se adaptarem aos mosquitos do País? Há pessoal qualificado suficiente para identificar os vetores? Para o entomologista Carlos Brisola, já passou da hora desse tema ser uma preocupação nacional.

Segundo ele, se os arbovírus conseguirem se adaptar aos nossos insetos (não aos urbanos, mais conhecidos), será preciso correr para formar pessoal capacitado. “É muito perigoso deixar para treinar bombeiros após o incêndio começar. Há numerosos exemplos de falhas que levaram a desastres, como a demora para identificar o vírus West Nile em New York (devido a dwindling public health funding, conforme Roehrig, 2013), permitindo que ele se espalhasse rapidamente pelos EUA e por todo continente”, lembra.

O Brasil tem a maior fauna de mosquitos do mundo, com aproximadamente 520 das cerca de 3.700 espécies descritas no mundo, e sua distribuição e biologia são pouco conhecidas.

Daí a importância de ter pessoal capacitado para coletar, preservar e identificar os mosquitos, de preferência utilizando a morfologia externa. “Isto significa não apenas saber reconhecer Aedes aegypti, Ae. albopictus, Anopheles e Culex, mas sim identificar ao nível de gênero e, se possível, de espécie qualquer mosquito bem preservado”, alerta.

Capacitação

Como forma de contribuir na formação de novos especialistas na identificação de mosquitos, o doutor Brisola diz estar à disposição para ministrar cursos de formação. O trabalho pode ser desenvolvido em qualquer lugar que disponha de lupas com aumento mínimo de 40X (se possível 80X), energia elétrica, datashow (projetor), e, se possível internet, para 10 a 15 alunos de cada vez.

“Obviamente, em um curso como este não será possível formar pessoal tão bem como num mestrado ou especialização, como os disponíveis na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) e na Fundação Oswaldo Cruz, mas os alunos adquirirão uma boa base para desenvolver o trabalho e progredir, em colaboração com o pessoal mais experiente. E será muito mais barato e rápido que enviar dezenas de estudantes para estes cursos”, destaca o pesquisador, cujo currículo pode ser acessado em http://goo.gl/MJ8mAO.

Para ele, as instituições de ensino superior e técnico têm dado pouco estímulo para a formação de pessoal para este trabalho. “Os estudantes são em geral encaminhados para os laboratórios que usam técnicas moleculares sofisticadas, pois é assim que seguirão seus estudos e conseguirão empregos no futuro”, lamenta o entomologista, que se aposentou há pouco tempo como professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Meu trabalho seria cobrado a combinar, além de transporte e estadia. Os cursos seriam de preferência em uma semana, com 40 horas de duração, com várias atividades de coleta, preservação, estudando taxonomia, biologia, controle e relação com doenças. As atividades seriam desenvolvidas em período diurno e noturno, com coletas por vários métodos em campo”, explica.

O contato com o doutor Brisola pode ser feito pelo e-mail cbrisolamarcondes@gmail.com.