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Dr. Marcus Lacerda é eleito presidente da SBMT

Novo presidente comandará a Sociedade no biênio 2015-2017, e pretende pautar o seu mandato com a mesma competência de seu antecessor, Dr. Mitermayer Galvão dos Reis

16/06/2015

smbt

Dr. Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda é doutor em Medicina Tropical pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Universidade de Nova York, com especialização em infectologia. O novo presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) foi eleito durante o 51º MedTrop, realizado entre os dias 14 e 17 de junho em Fortaleza/CE e estará à frente da Sociedade até 2017.

Dr. Marcus coordena desde 2007 o Centro Internacional de Pesquisa Clínica em Malária (CIPCliM) em Manaus, atualmente ocupa o cargo de Diretor de Ensino e Pesquisa da FMT-HVD, e desde 2014 é especialista em Saúde Pública do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia). Além disso, é membro do Comitê de Assessoramento Técnico do Programa Nacional de Controle da Malária e do Subcomitê de Terapêutica em Malária, do Ministério da Saúde. Há alguns anos participa ativamente de iniciativas voltadas para a eliminação da malária, tais como malERA, MESA e Mesoamerica Initiative.

Confira abaixo entrevista com o novo presidente eleito.

SBMT: Fale um pouco sobre sua experiência na área da Medicina Tropical.

Dr. Marcus: Tenho tido desde 2000 a oportunidade de fazer assistência médica e pesquisa em malária em Manaus, coordenando um grupo de pesquisa que se volta para o estudo multidisciplinar desse importante agravo tropical ainda muito importante no Norte do País. Mais recentemente também tenho me voltado para o estudo dos acidentes por animais peçonhentos e o HIV/Aids no contexto das áreas tropicais.

SBMT: Quais são os projetos que o senhor pretende implantar a frente da SBMT durante seu mandato?

Dr. Marcus: Principalmente o fortalecimento dos congressos de Medicina Tropical, integrando mais a área clínica com a área básica, além de incentivar o nosso principal veículo de comunicação científica, a Revista da SBMT.

SBMT: O senhor assume a SBMT com um perfil etário diferenciado. Em sua opinião, isso pode contribuir para trazer uma maior participação de jovens?

Dr. Marcus: Nossa sociedade precisa contar com a imensa experiência dos mais antigos, mas também atrair jovens pesquisadores, o que vai garantir a sua estabilidade por muitas mais décadas. Continuar investindo nas mídias sociais é fundamental para atingir o jovem estudante e pesquisador, além de mostrar o mercado de trabalho do jovem tropicalista dentro e fora do Brasil. A maior divulgação dos programas de residência médica em Medicina Tropical em São Paulo, Manaus e Cuiabá é de fundamental importância para estimular a capacitação de jovens médicos idealistas e com perfil para seguir a careira acadêmica.

SBMT: Sua gestão pretende investir em pesquisas e na realização de eventos? Quais?

Dr. Marcus: Trazer eventos internacionais para o Brasil dá grande visibilidade à nossa sociedade. Em 2017 estamos organizando a 6ª. Conferência Internacional de Pesquisa em Malária por Plasmodium vivax. A SBMT também precisa estar mais inserida nos congressos de Medicina Tropical internacionais.

SBMT: Em sua opinião, o que pode ser feito para que a Medicina Tropical tenha uma prioridade maior no governo brasileiro?

Dr. Marcus: É preciso mensurarmos melhor a carga dessas doenças, além de motivar estudos de economia em saúde que estimem os custos que o País ainda tem que assumir, enquanto poderíamos estar nos dedicando mais a outras doenças crônico-degenerativas. O Brasil é pioneiro na inovação e na gestão das endemias tropicais e precisa agora se voltar para mostrar ao mundo como fazer a eliminação das doenças e não apenas o seu controle. È o caso da malária.

SBMT: Para finalizar, gostaria que o senhor fizesse um balanço sobre o 51º Congresso de Medicina Tropical realizado em Fortaleza.

Dr. Marcus: Mais uma vez conseguiu atrair jovens que são o futuro dessa Sociedade. Além disso, foi pautado pela oportunidade em tratar de temas emergentes como Zica vírus. É uma Sociedade com velhos problemas a resolver, mas com um olhar para o futuro. O 52º. MedTrop, a se realizar em Maceió, em 2016, deve ter o mesmo sucesso.

**Esta reportagem reflete exclusivamente a opinião do entrevistado.**