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Fórum Social Brasileiro para o Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Negligenciadas: 5º Encontro realizado virtualmente de 10-12 de dezembro de 2020

Em todas as suas edições anteriores o Fórum sempre contou com o apoio da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

29/12/2020

width=371O Fórum Social Brasileiro para o Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Negligenciadas é um espaço de encontro anual articulado por movimentos e organizações sociais, universidades, estudantes, centros de pesquisa e pela comunidade civil para discutir e lutar pela defesa dos direitos humanos e sociais das pessoas e comunidades afetadas e/ou vivendo com doenças infecciosas e negligenciadas, por meio de um espaço democrático de representação, apoio, empoderamento, articulação e visibilidade.

Nesse espaço, há o acolhimento de representações no enfrentamento da doença de Chagas, da leishmaniose, da hanseníase, da esquistossomose, das hepatites virais e da filariose linfática. Doenças que compartilham múltiplos contextos de negligência e que aproximam por desafios em comum.

Em 2020, o 5º encontro do Fórum Social Brasileiro para o Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Negligenciadas foi realizado nos dias 10, 11 e 12 de dezembro sob formato virtual, respeitando o distanciamento social como medida de prevenção da COVID-19 [https://www.nhrbrasil.org.br/atividades/noticias/245-forum-de-enfrentamento-das-dtns-tera-edicao-virtual.html].

Em um ano marcado por uma crise sanitária global, o Fórum apresentou como tema central: “Os efeitos da pandemia no acesso à atenção à saúde para Doenças Tropicais Negligenciadas em cenários de desigualdades socioeconômicas: Papel das lideranças e da mobilização da sociedade”. A agenda do Fórum foi elaborada de modo participativo, considerando um eixo temático para cada dia, de modo a direcionar estrategicamente os debates e discussões construídos ao longo do evento, a saber:

1º dia – Tema: Pesquisas em doenças negligenciadas no contexto da pandemia, com mediação de Eloan Pinheiro (Consultora Independente / Especialista em Tecnologia Farmacêutica e Saúde Pública) e exposições de Andréa Silvestre (Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz e membro da SBMT), Josefa Oliveira da Silva (Associação RioChagas), Aparecida Benedita dos Santos (Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo – ACHAGRASP), Francisco José de Lima (representando pessoas acometidas pela Leishmaniose).

2º dia – Tema: Reflexões acerca da atenção primária à saúde para DTN na pandemia, com mediação de Roberto Dusi (Médico epidemiologista, sanitarista e doutor em Medicina Tropical) e exposições de Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro (Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade), Patrícia Soares (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – MORHAN), Marly Araújo (Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase – GAMAH), Dircilene Mendonça (Representante de Pessoas Acometidas pela Filariose).

3º dia – Tema: Reinventar o papel das lideranças no contexto da pandemia – Exercício do controle social frente às políticas públicas, com mediação de Socorro Sousa (Pedagoga e pós-doutorado em Saúde Coletiva) e Eliana Amorim (Docente da Universidade Federal da Bahia e Consultora da NHR Brasil), com exposições de Fernando Pigatto (Presidente do Conselho Nacional de Saúde), Maria Suzana do Nascimento (Associação Cearense dos Pacientes Hepáticos e Transplantados), Neide Barros Silva (Movimentos contra Hepatites Virais – Natal/RN), e Moisés Dionísio (representando pessoas acometidas pela esquistossomose).

Ao todo, foram realizadas mais de 300 inscrições entre ouvintes, expositores, e mediadores do Fórum, transmitido pela plataforma virtual e pelo canal oficial da NHR Brasil no Youtube. A transmissão dos três dias do evento, ao vivo, pelo canal do Youtube alcançou mais de 1.200 visualizações. Para os momentos destinados aos debates, os ouvintes, expositores e demais participantes utilizaram inscrições para fala, além do chat das plataformas para a elaboração de perguntas, comentários e trocas de experiências.

As apresentações e debates durante o evento fomentaram as discussões nos eixos prioritários e formaram a elaboração de carta de posicionamento com apontamentos e demandas com vistas a proporcionar acesso à saúde de forma integral, equânime e universal a todos os cidadãos e cidadãs atingidos por doenças negligenciadas e infecciosas, considerando, sobretudo, o atual cenário da pandemia e todos os obstáculos que surgem a partir dela.

A forte presença da participação social e de lideranças, além de professores e alunos de universidades, pesquisadores e profissionais de saúde do SUS, legitima os diversos aspectos tratados ao longo do encontro.

Carta Aberta do 5º Encontro Brasileiro de Movimentos Sociais de Luta contra Doenças Infecciosas e Negligenciadas – Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas

Memória

O Coletivo do Fórum teve uma perda significativa no ano de 2020 com a morte de Moacir Zini [https://www.facebook.com/fsbein/posts/1067178233729080]. Ele foi uma das lideranças importantes no enfrentamento das doenças negligenciadas no Brasil, fundador da Associação Brasileira de Portadores de Leishmaniose (ABRAP-Leish) [https://www.facebook.com/MoaZini/] [https://www.ipirangadonorte.mt.leg.br/ipiranga-do-norte-tera-associacao-de-portadores-de-leishmaniose], a primeira no Brasil [https://www.dndial.org/2018/comunicacao-e-informacao/noticias-dndi/rumo-a-criacao-da-primeira-associacao-de-pacientes-de-leishmaniose/]. Conviveu com a leishmaniose por mais de duas décadas e esteve presente desde a primeira edição do Fórum de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas. Moacir partiu deixando saudades e um legado de luta a ser continuado por todos nós.

Seguem algumas matérias das quais Moacir Zini participou:

http://www.morhan.org.br/noticias/2398/lancada_a_associacao_brasileira_de_portadores_de_leishmaniose

https://noticias.r7.com/saude/pacientes-de-doencas-esquecidas-relatam-momentos-de-sofrimento-e-dor-minha-defesa-e-o-grito-11062016

https://oglobo.globo.com/sociedade/leishmaniose-doenca-do-abandono-22927384