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José Rodrigues Coura: uma vida para ciência e ensino

Em homenagem aos seus 90 anos, o professor participou de um bate-papo

06/06/2017
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Como pesquisador trabalhou com as principais endemias brasileiras, entre as quais doença de Chagas, esquistossomose e outras helmintíases

Responsável por formar cientistas há mais de cinco décadas, José Rodrigues Coura foi homenageado, no dia 14 de junho, no Campus da Fiocruz, em Manguinhos, por ocasião de seu aniversário de 90 anos.

Nascido em 15 de junho de 1927, em Taperoá, Região do Cariri do estado da Paraíba, José Rodrigues Coura ingressou, em 1952, na então Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro) graduando-se como médico em dezembro de 1957. Como Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), criou um moderno Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias no Hospital Antônio Pedro. Para o doutor Coura, o maior desafio que enfrentou como médico foi trabalhar, com dignidade e competência, em uma Nação que não leva com seriedade a saúde e a educação básica, onde a propaganda política supera os limites da realidade e a corrupção ultrapassa as fronteiras de sua riqueza. A reflexão é baseada em sua vasta experiência profissional.

Como pesquisador trabalhou com as principais endemias brasileiras, entre as quais doença de Chagas, esquistossomose e outras helmintíases. “Orientei numerosos doutores, hoje professores universitários como eu. Publiquei mais de 250 trabalhos em revistas indexadas nacionais e internacionais e seis livros, entre eles “Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias”, cuja 2ª Edição, com 174 capítulos, fiz com a colaboração de 302 pesquisadores, 50 dos quais foram meus alunos”, realça ao destacar que esse livro, em sua 1ª edição de 2005, ganhou o Prêmio Jabuti 2006, como melhor obra na área médica naquele ano.

Foi membro fundador da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (1962), sido eleito presidente de 1973 a 1975. Também foi editor da Revista da SBMT, durante 12 anos, e diretor do Instituto Oswaldo Cruz entre 1999 e 2001. Além disso, publicou entre 1961 e 2014, 261 trabalhos em revistas nacionais e internacionais, com uma média de 4,8 trabalhos/ano e centenas de resumos de trabalhos apresentados em congressos e reuniões científicas.

Membro das academias Nacional de Medicina e da Brasileira de Ciências, em 2002, foi agraciado com o grau de comendador da Ordem Científica da Presidência da República, promovido ao grau de Grã-Cruz em 2008.

Em 2013, venceu o Prêmio Conrado Wessel 2013 na categoria saúde. Para ele, o prêmio simbolizou o coroamento de uma carreira de 57 anos como professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador Emérito da Fiocruz. Em 2015, após a apreciação do conjunto das contribuições acadêmico científicas na área da Medicina Tropical e seu reflexo na comunidade, foi agraciado com o Prêmio Pesquisador Sênior da SBMT. Dr. Coura diz que não esperava receber esse prêmio, mas acredita que ele foi a consequência do seu trabalho por mais de meio século.

Desde a década de 60, recebeu inúmeros prêmios. Entre os quais professor emérito, UFRJ (2006); cidadão de Salta, prefeitura de Salta – Argentina (2004); Ordem do Mérito Científico, presidência da república (2002); prêmio Alfredo Jurzykowski, Academia Nacional de Medicina (1996); comenda Carlos Chagas, Governo do Estado de Minas Gerais (1993); medalha Emílio Ribas, Sociedade Brasileira de Infectologia (1991); professor Honoris Causa das seguintes Universidades Federais: Piauí (1997), Ceará (1991), e Paraíba (1993); mérito científico do CNPq (1981); prêmio Gerhard Domagk, Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 1969, 1970 e 1974.

Atualmente, o professor Coura dedica-se à pesquisa e ao ensino de pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias, bem como à Medicina Tropical no Instituto Oswaldo Cruz.

**Esta reportagem reflete exclusivamente a opinião do entrevistado.**