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MEDTROP Play 2021 encerra com mais de 3.250 mil participantes

Evento, que registou número recorde de inscritos, foi o primeiro congresso digital da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

09/11/2021
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Inscritos no MEDTROP Play 2021 terão acesso a todos os conteúdos da grade científica, Reuniões Satélites e Trabalhos Científicos, por trinta dias

Entre os dias 25 e 28 de outubro, o MedTrop Play 2021, primeiro congresso digital da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), que trouxe como tema “Doenças tropicais e populações negligenciadas: o desafio de conhecer, vigiar e cuidar”, reuniu 628 palestrantes convidados do Brasil e do exterior (Argentina, Canadá, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Itália) e uma ampla programação, que contou com a apresentação de 1.166 trabalhos científicos de temas livres e E-pôster. As 15 salas com transmissão simultânea disponibilizaram 21 cursos pré-congresso, 24 conferências, 48 miniconferências e 72 mesas redondas. Foram 14 horas diárias de conteúdos em um dos maiores eventos médicos-científicos do País. O presidente do MEDTROP Play 2021, Dr. Pedro Vasconcelos, comemora os 3.257 inscritos, número recorde de participantes, e ele não esconde o entusiasmo ao dizer que o evento superou todas as expectativas em relação ao número de participantes. E assim como nas edições anteriores, o congresso sediou importantes eventos satélites, entre eles, o VIII Workshop Virtual da REDE-TB, o Entomol8, o ChagasLeish, e o Fórum Covid-19.

O coordenador-geral do 8º Workshop em Genética e Biologia Molecular de Insetos Vetores de Doenças Tropicais (Entomol8), Dr. Sinval Pinto Brandão Filho, comemora o sucesso do evento. Com 100% dos 36 palestrantes confirmados e presentes nas salas dos três dias de programação e com intensa participação do público presente, o Entomol8 atendeu nossas expectativas”, ressalta. Como ponto negativo deste formato, o Dr. Brandão Filho considera apenas o atraso da sessão do primeiro dia em decorrência de problema com o sistema de transmissão da sala 10 que não permitiu iniciar no horário previsto das 8h 30, o que só ocorreu às 9h15. Outro ponto de destaque, além das apresentações das palestras e das três conferências dos três dias do evento, foi a bela homenagem que fizemos ao colega Wanderli Pedro Tadei, pesquisador titular e coordenador do Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que nos deixou este ano,  lembra o Dr. Brandão Filho.

A presidente da comissão organizadora da Reunião Chagas-Leish, Dra. Ana Yecê Pinto, enfatiza a honra e o enorme desafio de organizar virtualmente o segundo momento do evento, seguindo a mesma sinergia do primeiro momento ocorrido em agosto sob a forma das oficinas virtuais. Os temas fluíram entre pesquisa aplicada e pesquisa básica com ênfase em diagnóstico de Leishmanioses, biomarcadores prognósticos para doença de Chagas e Leishmanioses, grupos vulneráveis e coinfecções. “De forma mais ampla, podemos destacar: pesquisa Aplicada ou Translacional em Doença de Chagas, com ênfase em vigilância de grupos vulneráveis, assintomáticos e entomológica. Este tipo de pesquisa se utiliza da metodologia de pesquisa de campo e também de Ensaios Clínicos, na qual o pesquisador lida diretamente com as populações afetadas e simultaneamente, promove seu acesso a serviços qualificados de assistência diagnóstica e terapêutica intra ou extrapesquisa, além de cumprir o importante papel na orientação da população alvo em métodos de prevenção, criando assim um círculo virtuoso de pesquisa-acesso-educação-pesquisa”, assinala a Dra. Yecê. Ainda segundo ela, no mesmo sentido, a pesquisa básica avança no entendimento das relações parasito-hospedeiro, o que permite eleger de forma cada vez mais acurada, novas moléculas/antígenos-alvo para produção de medicamentos ou vacinas em desenhos de estudos bastante complexos e longos, mas de potencial solução ao controle das doenças, se persistentes. Por fim, a Dra. Yecê menciona a apresentação do Prof. Igor Almeida, no encerramento da Reunião Chagas-Leish, com estudos envolvendo Universidades Latino Americanas e Universidade do Texas, os quais se utilizam da pesquisa básica nos estudos de moléculas chamadas Glicanos. “Este tipo de molécula ou açucares, nas palavras do Professor Almeida não são expressos em humanos ou são encontrados de forma críptica nas células humanas. Portanto, são extremamente imunogênicos para os humanos, levando à produção de anticorpos específicos contra esses parasitos e consequentemente, são alvos quase perfeitos tanto para a produção das sonhadas vacinas, quanto na diferenciação diagnóstica da diversidade parasitária”, destaca.

A presidente da REDE-TB, Dra. Ethel Maciel, menciona a consolidação da parceria entre o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB, que vem sendo construída ao longo de muitos anos. Ela admite os desafios, que não foram poucos, de realizar um evento totalmente virtual e com múltiplas atividades ocorrendo simultaneamente, mas que resultou em workshop bastante frutífero. “Durante quatros dias, tivemos várias discussões dos diversos campos da pesquisa em tuberculose no Brasil e no mundo, oportunidade em que recebemos e compartilhamos experiências nacionais e internacionais apresentadas pelos nossos muitos convidados, que coroaram de êxito o evento”, frisa. Ela registra também a celebração dos 20 anos da criação da REDE-TB, comemorado no VIII Workshop Virtual. “Tivemos a oportunidade de festejar esse momento, bem como prestar uma homenagem a todos que emprestaram seus conhecimentos, seu tempo e sua expertise ao fazerem parte dessa história ao longo da criação e consolidação da REDE-TB, no exercício de suas funções como ex-presidentes, vice-presidentes e parceiros, todos com uma única missão, o enfrentamento à tuberculose. Foi um momento em que contamos com a presença da diretora do Programa Global de Tuberculose, Teresa Kasaeva, coordenadores do Programa Nacional de Tuberculose, entre outras pessoas, que abrilhantaram ao falar da importância da REDE-TB, tanto do ponto de vista nacional como internacional, inclusive como referência para que outros países e outras redes pudessem ser criadas, a exemplo da Rede de Pesquisa dos países do BRICS”, diz. Por fim, a Dra, Maciel reitera que o workshop foi muito rico e a avaliação de todos os envolvidos é muito positiva. “Já estamos ansiosos para o evento presencial, em 2022, para que possamos novamente, junto com a SBMT, fazer um evento que possa estimular cada vez mais a pesquisa em tuberculose no Brasil”, finaliza.

O coordenador do Fórum COVID-19, Dr. Júlio Croda, é categórico ao afirmar que o evento trouxe os melhores pesquisadores do Brasil nessa temática para debater, entender e fazer uma reflexão sobre o presente e projetar o futuro. Foram três dias muito intensos, sendo que o primeiro focou a parte da epidemiologia, resposta à emergência de saúde pública, experiências exitosas nas cidades e estados e o que pode ser melhorado. Também esteve na pauta a efetividade das vacinas, a avaliação dessa efetividade, os desafios para os próximos anos no que diz respeito ao Covid-19 e quais estudos podem ser aplicados. O segundo dia abordou o controle e a prevenção da transmissão hospitalar, carga da doença, apresentação de dados do banco de soros – que mostrou aumento no nível de anticorpos após a variante Gama e que também houve aumento substancial após a vacinação em massa. “Discutimos ainda sobre a vigilância genômica, sobre a variante Gama, a variante P1, e a chegada da Delta no Brasil – e o pouco impacto que tivemos, até o momento, principalmente em termos de hospitalização e óbito. Tivemos ainda uma conversa que descreveu como é fazer comunicação em ciência em tempos de Covid, bem como os desafios dessa comunicação nos dias atuais”, complementa o Dr. Croda. O último dia foi dedicado a parte clínica, Covid pediátrico, manejo ambulatorial e hospitalar, Unidade de Terapia Intensiva e qual o manejo dos pacientes nesses diferentes cenários, impacto e clínica no Sistema de Saúde no pós Covid. Outro tema importante foi vulnerabilidade e Covid-19 no Brasil, que demostrou como a resposta brasileira foi impactada pelas desigualdades sociais entre as diferentes regiões, o efeito da distribuição desigual de estruturas hospitalares e como a carga da doença foi desigual em populações mais pobres, justamente por suas atividades não permitirem o isolamento social. O evento encerrou com uma discussão sobre o futuro do Covid após a vacinação em massa.

E o 57º MEDTROP já tem dia e local marcados. Será entre os 13 e 16 de novembro de 2022 na cidade de Belém, no Pará, que conta com importantes Instituições de pesquisas na área de doenças tropicais e negligenciadas. Os participantes terão a oportunidade de conhecer uma área do Brasil ainda pouco visitada por nós brasileiros, que por vezes, é mais atraente para os estrangeiros. Em plena Amazônia, Belém do Pará, “a cidade das mangueiras” é conhecida por suas belezas históricas e naturais, sua gastronomia e riqueza cultural, bem como por ser sede do Instituto Evandro Chagas (IEC, renomado centro de pesquisas em doenças tropicais). Em sua 57ª edição, o MEDTROP vai reunir pessoas ávidas por conhecimentos e novidades científicas. Não fique de fora desta grande oportunidade de ampliar seus conhecimentos e de conhecer lugares incríveis. O caloroso e hospitaleiro povo paraense espera por você. Vem para Belém você também!