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NOTA SBMT:

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) endossa as recomendações do Programa Nacional de Imunização (PNI) publicadas em janeiro de 2018 sob a forma de Plano Estratégico de vacinação contra febre amarela e faz as seguintes considerações: Estudos realizados por Bio-Manguinhos/Fiocruz sugerem que a dose fracionada da vacina contra febre amarela – correspondente a 1/5 […]

10/01/2018

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A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) endossa as recomendações do Programa Nacional de Imunização (PNI) publicadas em janeiro de 2018 sob a forma de Plano Estratégico de vacinação contra febre amarela e faz as seguintes considerações:

Estudos realizados por Bio-Manguinhos/Fiocruz sugerem que a dose fracionada da vacina contra febre amarela – correspondente a 1/5 da dose padrão, contendo concentração viral maior do que a exigida pela OMS – estimula resposta adequada de anticorpos.

Entretanto até o presente momento, não existem dados sobre a imunogenicidade da dose fracionada em pacientes com comprometimento imunológico e tampouco há evidências de que a dose fracionada cause menos eventos adversos graves pós-vacinação. Dessa forma, a SBMT enfatiza que a vacina contra a febre amarela não deve ser recomendada para indivíduos imunodeprimidos ou imunossuprimidos.

Ainda, a SBMT, em consonância com as recomendações do PNI, não recomenda o uso da dose fracionada para crianças menores de dois anos de idade, gestantes e pessoas com doenças imunodepressoras ou usuárias de medicamentos imunossupressores, em virtude de não haver estudos que demonstrem a imunogenicidade da dose fracionada nesses grupos populacionais.

Excepcionalmente, a indicação da vacina contra febre amarela em indivíduos imunodeprimidos ou imunossuprimidos deve ser cautelosamente avaliada nas situações de elevado risco epidemiológico. Nessa situação, a indicação deve levar em consideração a opinião de especialistas para avaliar o grau de imunodepressão inerente à doença de base; grau de imunossupressão causada pelos medicamentos e o risco de apresentar eventos adversos graves. A dose padrão da vacina deve ser aplicada nesses casos, conforme internacionalmente recomendado pela Organização Mundial da Saúde e preconizado pelo PNI, no Brasil. Os indivíduos vacinados nessas condições devem ser rigorosamente acompanhados quanto à possibilidade de desenvolvimento de eventos adversos graves.

Finalmente, a SBMT entende que a situação epidemiológica atual pode propiciar cenários para o estudo de diferentes estratégias de vacinação, incluindo o uso ou não da dose fracionada em populações específicas. Esses estudos devem ser incentivados e conduzidos dentro dos mais elevados padrões éticos e científicos que permitam a produção de novo conhecimento com a participação voluntária, consentida, equânime e justa dos membros das populações afetadas pelo agravo.

Diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical