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Transmissão oral da Doença de ChagasTransmissão oral da Doença de Chagas

17/10/2011

A transmissão da Doença de Chagas por via oral é considerada mecanismo primário, principalmente no ciclo silvestre da tripanossomíase. No Brasil, desde a década de 20, é discutida através de modelos experimentais, sendo identificados os primeiros casos de grande expectativa na década de 1960, no Rio Grande do Sul. Posteriormente, surtos muito prováveis de transmissão oral foram detectados no Pará, na Paraíba, em áreas amazônicas, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará.

Um estudo divulgado pelos especialistas Vicente Amato Neto, João Carlos Pinto Dias e Expedito José de Albuquerque indica que muitas pesquisas experimentais demonstraram a viabilidade da transmissão oral em vários modelos animais.

As possibilidades devem ser debatidas em relação ao mecanismo de transmissão oral na Doença de Chagas. As formas de contágio podem ser ingestão de leite materno de mãe infectada; ingestão de sangue de mamífero infectado; ingestão de carne mal cozida de mamíferos infectados e, especialmente, de reservatórios silvestres; ingestão de suspensão de Trypanosoma cruzi em pipetas; ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com fezes ou urina de triatomíneos infectados por Trypanosoma cruzi e ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas com urina ou secreção para-anal de marsupiais infectados por Trypanosoma cruzi.

“O quadro clínico é variado, sem lesões de porta de entrada, ocorrendo febre, fenômenos de irritação gástrica, dores abdominais, vômitos, melenas e icterícia em muitos casos. Sobrevêm com o tempo, em casos mais graves, cardiopatia aguda e sinais de irritação meníngea”, explica o infectologista Prof. Vicente Amato Neto.

Segundo o estudo, a letalidade nos casos amazônicos pode chegar a 5%. Diferentemente da via vetorial, os casos até aqui detectados estão em todos os grupos etários. Na suspeita de transmissão oral, descartam-se os mecanismos vetorial, congênito, transfusional/transplante e acidental. Mais da metade dos casos contabilizados apresenta a característica de surtos familiares ou comunitários com adoecimento em dias próximos e uma fonte comum referente a um evento alimentar, em um mesmo lugar.

“O tratamento é o clássico da forma aguda, cuidando-se adicionalmente de possíveis hemorragias digestivas. A prevenção da transmissão oral é relativamente difícil, dado o caráter aleatório e inesperado de seu acontecimento. Medidas gerais de higiene e boa seleção alimentar impõem, assim como a boa cocção de carnes silvestres de áreas endêmicas”, continua Prof. Amato.

Ainda de acordo com o levantamento dos professores, no caso de alimentos produzidos artesanalmente em áreas com triatomíneos, normas de bom cozimento e pasteurização tornam-se essenciais. Conforme a epidemiologia desses casos, a ocorrência de outros episódios na sequência de um primeiro ataque é bastante frequente.

“A pasteurização da pasta de açaí vem sendo adotada para o produto exportado da Amazônia para outras regiões do Brasil e para o exterior. A adoção de boas práticas de higiene alimentar, no consumo de pequena escala e doméstico minimiza os riscos de transmissão”, finaliza.

A transmissão da Doença de Chagas por via oral é considerada mecanismo primário, principalmente no ciclo silvestre da tripanossomíase. No Brasil, desde a década de 20, é discutida através de modelos experimentais, sendo identificados os primeiros casos de grande expectativa na década de 1960, no Rio Grande do Sul. Posteriormente, surtos muito prováveis de transmissão oral foram detectados no Pará, na Paraíba, em áreas amazônicas, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará.

Um estudo divulgado pelos especialistas Vicente Amato Neto, João Carlos Pinto Dias e Expedito José de Albuquerque indica que muitas pesquisas experimentais demonstraram a viabilidade da transmissão oral em vários modelos animais.

As possibilidades devem ser debatidas em relação ao mecanismo de transmissão oral na Doença de Chagas. As formas de contágio podem ser ingestão de leite materno de mãe infectada; ingestão de sangue de mamífero infectado; ingestão de carne mal cozida de mamíferos infectados e, especialmente, de reservatórios silvestres; ingestão de suspensão de Trypanosoma cruzi em pipetas; ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com fezes ou urina de triatomíneos infectados por Trypanosoma cruzi e ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas com urina ou secreção para-anal de marsupiais infectados por Trypanosoma cruzi.

“O quadro clínico é variado, sem lesões de porta de entrada, ocorrendo febre, fenômenos de irritação gástrica, dores abdominais, vômitos, melenas e icterícia em muitos casos. Sobrevêm com o tempo, em casos mais graves, cardiopatia aguda e sinais de irritação meníngea”, explica o infectologista Prof. Vicente Amato Neto.

Segundo o estudo, a letalidade nos casos amazônicos pode chegar a 5%. Diferentemente da via vetorial, os casos até aqui detectados estão em todos os grupos etários. Na suspeita de transmissão oral, descartam-se os mecanismos vetorial, congênito, transfusional/transplante e acidental. Mais da metade dos casos contabilizados apresenta a característica de surtos familiares ou comunitários com adoecimento em dias próximos e uma fonte comum referente a um evento alimentar, em um mesmo lugar.

“O tratamento é o clássico da forma aguda, cuidando-se adicionalmente de possíveis hemorragias digestivas. A prevenção da transmissão oral é relativamente difícil, dado o caráter aleatório e inesperado de seu acontecimento. Medidas gerais de higiene e boa seleção alimentar impõem, assim como a boa cocção de carnes silvestres de áreas endêmicas”, continua Prof. Amato.

Ainda de acordo com o levantamento dos professores, no caso de alimentos produzidos artesanalmente em áreas com triatomíneos, normas de bom cozimento e pasteurização tornam-se essenciais. Conforme a epidemiologia desses casos, a ocorrência de outros episódios na sequência de um primeiro ataque é bastante frequente.

“A pasteurização da pasta de açaí vem sendo adotada para o produto exportado da Amazônia para outras regiões do Brasil e para o exterior. A adoção de boas práticas de higiene alimentar, no consumo de pequena escala e doméstico minimiza os riscos de transmissão”, finaliza.