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Em entrevista, Dr. Cláudio Ribeiro comenta a respeito de Medicina TropicalEm entrevista, Dr. Cláudio Ribeiro comenta a res

21/11/2011

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical preparou uma seleção de perguntas destinadas ao presidente do Comitê Científico do XVIII Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária e presidente eleito da Federação Internacional de Medicina Tropical, Dr. Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro. Confira na íntegra.

SBMT: O Brasil está assumindo uma posição de protagonista nos estudos sobre Medicina Tropical? Quais são os próximos passos?
Dr. Cláudio Ribeiro: Não só em Medicina Tropical, como em outras áreas, embora seja natural que foquemos nossos interesses e estudos e concentremos nossas competências e esforços em patologias com maior expressão e impacto na saúde pública nacional. Penso que isso resulte do crescimento do investimento em ciência e tecnologia (C&T) nacionais e que o País, como decorrência natural desse incremento de conhecimento e produtividade, terá também crescente representatividade nos fóruns internacionais de definição de políticas de priorização de investimento e desenvolvimento em C&T.

SBMT: Qual a importância das doenças tropicais no país?
Dr. Cláudio Ribeiro: O Brasil reproduz o padrão de distribuição de doenças infecto-parasitárias no planeta. Elas estão onde há menos recursos que são mais importantes onde elas não existem. Elas são obstáculos para o desenvolvimento e proliferam na ausência deste. Uma crise de malária (considere que há 330 mil delas no país a cada ano) pode representar dez dias de trabalho perdido e déficits cognitivos que, para uma criança em idade escolar, pode significar retardo de aprendizado e dificultar o crescimento intelectual de um pequeno brasileiro. Basta pensar nas grandes endemias no país: três milhões de indivíduos infectados pelo parasita causador da esquistossomose; possivelmente outros três milhões com a doença de Chagas; cerca de 40 mil casos novos de hanseníase dos cerca de 250 mil diagnosticados a cada ano no planeta, o que nos torna o 2° país do mundo e 70 mil casos de tuberculose a cada ano.

SBMT: O senhor é o presidente eleito da Federação Internacional de Medicina Tropical. Isso reflete o desenvolvimento do Brasil nos estudos sobre essa área de atuação?
Dr. Cláudio Ribeiro: A Federação tenta contemplar a diversidade de nacionalidades das sociedades federadas. O último membro brasileiro do Board da Federação foi nosso colega Marcos Boulos. Com o fim do mandato do atual presidente (um francês) e minha ascensão ao cargo, terei um vice-presidente espanhol e um tesoureiro coreano. Caberá a mim, indicar um secretário que garanta esta diversidade; possivelmente um (norte ou sul) americano.

SBMT: Quando o senhor assume o mandato? Até quando ficará no cargo?
Dr. Cláudio Ribeiro: Assumirei a Presidência durante o XVIII Congresso da ICTMM no Rio de Janeiro em setembro de 2012, quando a Diretoria da IFTM novamente reunir-se-á, e ficarei no cargo até a realização do próximo Congresso, possivelmente em 2015.

SBMT: O senhor já tem algum plano ou medida para seu mandato?
Dr. Cláudio Ribeiro:
A função principal da Federação é zelar pela regularidade, qualidade e itinerância dos Congressos internacionais. Com uma sociedade vigorosa, como a brasileira, tentarei promover também a realização de eventos de natureza mista no Brasil, envolvendo representações das sociedades federadas de países com os quais temos baixa tradição de cooperação e aumentar a participação de nossa sociedade em eventos promovidos ou divulgados pela IFTM no exterior.

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical preparou uma seleção de perguntas destinadas ao presidente do Comitê Científico do XVIII Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária e presidente eleito da Federação Internacional de Medicina Tropical, Dr. Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro. Confira na íntegra.

SBMT: O Brasil está assumindo uma posição de protagonista nos estudos sobre Medicina Tropical? Quais são os próximos passos? 
Dr. Cláudio Ribeiro: Não só em Medicina Tropical, como em outras áreas, embora seja natural que foquemos nossos interesses e estudos e concentremos nossas competências e esforços em patologias com maior expressão e impacto na saúde pública nacional. Penso que isso resulte do crescimento do investimento em ciência e tecnologia (C&T) nacionais e que o País, como decorrência natural desse incremento de conhecimento e produtividade, terá também crescente representatividade nos fóruns internacionais de definição de políticas de priorização de investimento e desenvolvimento em C&T. 

SBMT: Qual a importância das doenças tropicais no país?
Dr. Cláudio Ribeiro: O Brasil reproduz o padrão de distribuição de doenças infecto-parasitárias no planeta. Elas estão onde há menos recursos que são mais importantes onde elas não existem. Elas são obstáculos para o desenvolvimento e proliferam na ausência deste. Uma crise de malária (considere que há 330 mil delas no país a cada ano) pode representar dez dias de trabalho perdido e déficits cognitivos que, para uma criança em idade escolar, pode significar retardo de aprendizado e dificultar o crescimento intelectual de um pequeno brasileiro. Basta pensar nas grandes endemias no país: três milhões de indivíduos infectados pelo parasita causador da esquistossomose; possivelmente outros três milhões com a doença de Chagas; cerca de 40 mil casos novos de hanseníase dos cerca de 250 mil diagnosticados a cada ano no planeta, o que nos torna o 2° país do mundo e 70 mil casos de tuberculose a cada ano. 

SBMT: O senhor é o presidente eleito da Federação Internacional de Medicina Tropical. Isso reflete o desenvolvimento do Brasil nos estudos sobre essa área de atuação?
Dr. Cláudio Ribeiro: A Federação tenta contemplar a diversidade de nacionalidades das sociedades federadas. O último membro brasileiro do Board da Federação foi nosso colega Marcos Boulos. Com o fim do mandato do atual presidente (um francês) e minha ascensão ao cargo, terei um vice-presidente espanhol e um tesoureiro coreano. Caberá a mim, indicar um secretário que garanta esta diversidade; possivelmente um (norte ou sul) americano. 

SBMT: Quando o senhor assume o mandato? Até quando ficará no cargo?
Dr. Cláudio Ribeiro: Assumirei a Presidência durante o XVIII Congresso da ICTMM no Rio de Janeiro em setembro de 2012, quando a Diretoria da IFTM novamente reunir-se-á, e ficarei no cargo até a realização do próximo Congresso, possivelmente em 2015. 

SBMT: O senhor já tem algum plano ou medida para seu mandato?
Dr. Cláudio Ribeiro:
A função principal da Federação é zelar pela regularidade, qualidade e itinerância dos Congressos internacionais. Com uma sociedade vigorosa, como a brasileira, tentarei promover também a realização de eventos de natureza mista no Brasil, envolvendo representações das sociedades federadas de países com os quais temos baixa tradição de cooperação e aumentar a participação de nossa sociedade em eventos promovidos ou divulgados pela IFTM no exterior.