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Mudança do termo “negligenciada” é defendida pelo vice-presidente da SBMTMudança do termo “negligenciada” é defendida pelo

14/03/2012

Recentemente, o Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$25,9 milhões para que os 26 estados da Federação e o Distrito Federal fortaleçam as ações de vigilância epidemiológica contra as chamadas doenças tropicais “negligenciadas”, como a hanseníase, esquistossomose, tracoma e geohelmintíases. Essas doenças – também chamadas de doenças em eliminação – são causadas por agentes infecciosos ou parasitas, além de serem consideradas endêmicas em populações de baixa renda.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Mitermayer Galvão dos Reis defende uma alteração nesta nomenclatura: “Eu prefiro a expressão ‘doenças de populações negligenciadas’, porque assim são incluídas outras doenças que não são consideradas negligenciadas para os ricos, mas são para os pobres, como o câncer e o diabetes, que são enfermidades cujos tratamentos são conhecidos, mas o diagnóstico e o acesso a esses tratamentos são mais difíceis para os mais pobres. Populações negligenciadas são as que moram em situações precárias, sem água potável, sem coleta de lixo, em que o sistema educacional não funciona bem e as informações chegam com dificuldade”.

Na opinião dele, que também é diretor da unidade Fiocruz na Bahia, o investimento deve ser usado prioritariamente para a identificação de todos os indivíduos positivos para fazer o tratamento adequado. “Além disso, também é necessário melhorar as condições básicas de higiene de muitas populações e elaborar campanhas para a conscientização de como essas doenças são transmitidas”, complementa Mitermayer. “Essas doenças estão associadas à baixa cobertura de saneamento básico, de abastecimento de água e a pobreza. Por isso, não adianta dar medicamento se problemas estruturais não forem resolvidos”, continua.

O vice-presidente da SBMT ressalta que os especialistas formados no Brasil podem ser de muita importância para o tratamento das doenças tropicais em outros países, especialmente do continente africano.

Na avaliação de Mitermayer, os brasileiros têm experiência no assunto por viverem em um país com condições climáticas semelhantes e o bom momento econômico-social vivido pelo Brasil ajuda: “É um dever do Brasil se associar aos colegas africanos de maneira solidária para capacitar mais pessoas para tratar e criar políticas de prevenção a estas doenças”.

 

Recentemente, o Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$25,9 milhões para que os 26 estados da Federação e o Distrito Federal fortaleçam as ações de vigilância epidemiológica contra as chamadas doenças tropicais “negligenciadas”, como a hanseníase, esquistossomose, tracoma e geohelmintíases. Essas doenças – também chamadas de doenças em eliminação – são causadas por agentes infecciosos ou parasitas, além de serem consideradas endêmicas em populações de baixa renda.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Mitermayer Galvão dos Reis defende uma alteração nesta nomenclatura: “Eu prefiro a expressão ‘doenças de populações negligenciadas’, porque assim são incluídas outras doenças que não são consideradas negligenciadas para os ricos, mas são para os pobres, como o câncer e o diabetes, que são enfermidades cujos tratamentos são conhecidos, mas o diagnóstico e o acesso a esses tratamentos são mais difíceis para os mais pobres. Populações negligenciadas são as que moram em situações precárias, sem água potável, sem coleta de lixo, em que o sistema educacional não funciona bem e as informações chegam com dificuldade”.

Na opinião dele, que também é diretor da unidade Fiocruz na Bahia, o investimento deve ser usado prioritariamente para a identificação de todos os indivíduos positivos para fazer o tratamento adequado. “Além disso, também é necessário melhorar as condições básicas de higiene de muitas populações e elaborar campanhas para a conscientização de como essas doenças são transmitidas”, complementa Mitermayer. “Essas doenças estão associadas à baixa cobertura de saneamento básico, de abastecimento de água e a pobreza. Por isso, não adianta dar medicamento se problemas estruturais não forem resolvidos”, continua.

O vice-presidente da SBMT ressalta que os especialistas formados no Brasil podem ser de muita importância para o tratamento das doenças tropicais em outros países, especialmente do continente africano.

Na avaliação de Mitermayer, os brasileiros têm experiência no assunto por viverem em um país com condições climáticas semelhantes e o bom momento econômico-social vivido pelo Brasil ajuda: “É um dever do Brasil se associar aos colegas africanos de maneira solidária para capacitar mais pessoas para tratar e criar políticas de prevenção a estas doenças”.