Vacina brasileira contra HIV está em fase de testesBrazilian HIV vaccine is being tested
12/09/2013A vacina brasileira contra o vírus HIV começa a ser testada em macacos neste segundo semestre de 2013, segundo adianta o líder do estudo, o pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Edecio Cunha Neto. “Esse tipo de trabalho é pioneiro no País. No exterior, têm algumas dezenas de vacinas em estudo. A diferença dos nossos para os desenvolvidos em outros países são as premissas que utilizamos para fazer a vacina”, observa o pesquisador.
A nossa vacina é diferente. Enquanto, a maior parte é baseada em proteínas inteiras do HIV, a brasileira utiliza pequenos pedaços do vírus, colhidos de regiões altamente conservadas – que se mantêm estáveis em quase todas as cepas. Dr. Cunha Neto explica que desta forma a chance da vacina gerar uma resposta imune que seja eficaz para vários vírus do HIV é muito maior, uma vez que este vírus é altamente variável. “Os resultados sugerem que uma única vacina poderia, em tese, ser usada em diversas regiões do mundo, onde diferentes subtipos do HIV são prevalentes”, salienta.
A vacina, que vem sendo desenvolvida desde 2001/2002, foi inspirada no estudo da imunologia do organismo de pacientes que são mais resistentes ao vírus. O pesquisador acredita que se o experimento em macacos tiver sucesso, se cumprir todo o cronograma, os testes em humanos podem começar daqui a três anos. “Ela visa estimular o que chamamos de linfócitos T do tipo CD4 – principal alvo do HIV. Então, nossa ideia foi fortalecer essas células, de forma que pudessem ajudar as outras quando a pessoa for exposta ao vírus HIV”, resume.
Dr. Cunha Neto ressalta que a vacina não exclui inteiramente o vírus do organismo. “Vacinas que eliminam complemente o da Aids ainda estão longe de tornar-se realidade, mesmo em macacos”, assinala. O pesquisador atenta ainda que o efeito da vacina amenize uma infecção futura. “Se um soronegativo toma a vacina e depois é exposto ao HIV, terá uma infecção muito atenuada. A quantidade de vírus no organismo dessa pessoa será menor por conta da vacina que vai induzir a destruição de células infectadas, e também por conta disso a chance de transmissão a outras pessoas será menor”, detalha Dr. Cunha Neto ao comentar que em camundongos a duração de imunidade da vacina é em torno de seis meses.
Concluída essa fase, com duração prevista de 24 meses, e se houver financiamento suficiente, podem ter início os primeiros ensaios clínicos em humanos.
The brazilian vaccine agains the HIV virus will begin its tests in mokeys in 2013s second semester, forwards the studys leader, researcher from the Sao Paulo University Medical School (SPUMS), Dr. Edecio Cunha Neto. “This kind of work is pioneer in the country. Outside the country there are a few dozens of vaccines in study. The difference from ours to the developed in other countries are the premisses we use to make the vaccine”, observes the researcher.
Our vaccine is different. While, great part are based on entire HIV proteins, the brazilian uses small shreads of the virus, collected from highly conserved regions – which remais stable in almost all strains. Dr. Cunha Neto explains that this way the chance of the vaccine creating an effective immune response for various HIV virus is much greater, once this virus is highly variable. “The results suggest that one single vaccine could, in thesis, be used in several regions of the world, where different subtypes of the HIV are prevalent”, he points.
The vaccines, that is being developed since 2001/2002, was inpired by the study of the immunology of patients whose organisms are more resistant to the virus. The researcher belives that if the monkey experiment is successful, if the whole schedule is accomplished, human testing could begin in three years. “It aims to stimmulate what we call CD4 type T lymphosytes – the main target of the HIV. So, our idea was to strengthen these cells, in a way they could help other people when exposed to the HIV”, he says.
Dr. Cunha Neto points out that the vaccine does not completely exclude the virus from the organism. “Vaccines that completely remove the HIV are far from becoming reality, even in monkeys”, signs. The researcher says that the vaccines effect may ease future infections. “If a seronegative patient is vaccinated and then exposed to the HIV, he will have a very attenuated infection. The quantity of viruses in this persons body will be fewer, once the vaccine induces the destruction of the infected cells, and also for this reason, the chance of transmitting the infection to other people will be smaller”, details Dr. Cunha Neto while commenting that in mice, the vaccines immunization lasts for around six months.
Once finished this phase, estimated to last 24 months, and if there is enough funding, the first clinical essays in humans could begin.…
**Esta reportagem reflete exclusivamente a opinião do entrevistado.**