Notícias

Com baixo custo, nova tecnologia promete melhorar controle da tuberculoseA low cost, new technology promises to improve tu

13/07/2012

tuberculose

Membros da comunidade são treinados a utilizar um programa de sistema de pontuação, via telefone celular, para identificar prováveis pacientes com tuberculose

“As tecnologias atuais no que diz respeito à tuberculose chegaram ao seu limite. Novos avanços no controle da doença só serão possíveis com o desenvolvimento de abordagens inovadoras”, avalia o diretor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dr. Júlio Croda, ao afirmar que a iniciativa sugerida pelo Stop TB Partnership e mHealth Alliance garante enormes benefícios. “A incorporação de novas tecnologias, com intuito de detecção precoce dos casos, é o elemento fundamental para diminuir a transmissão da doença e, portanto, a incidência da tuberculose”, aponta.

Em artigo publicado recentemente, no TB Online, é possível perceber que a ação do Stop TB Partnership e mHealth Alliance vai de encontro à proposta sugerida pelo especialista de inovação no campo da tuberculose. “Membros da comunidade são treinados a utilizar um programa de sistema de pontuação, via telefone celular, para identificar prováveis pacientes com tuberculose. Essas pessoas são motivadas a procurar clínicas de saúde e hospitais para realização de exame diagnóstico para tuberculose”, explica o especialista. O projeto prevê, aos membros da comunidade, incentivo em dinheiro para cada caso detectado. Além disso, campanhas de conscientização por meio de cartazes, anúncios na TV e folhetos encorajam as pessoas, com tosse persistente por mais de duas semanas, a visitar a clínica local para testes de TB.

Para Dr. Júlio Croda essa tecnologia é inovadora, a partir do momento que utiliza aparelhos móveis – celulares, PDAs e smartphones – para melhorar o diagnóstico, o tratamento e o sistema de vigilância da doença. Segundo o especialista, estudos estão em andamento no que diz respeito à utilização do telefone celular para o envio de lâminas de baciloscopia e radiografia de tórax. “No campo do acompanhamento do tratamento, na África do Sul e no Paquistão, por exemplo, são enviados SMS para os pacientes, no intuito de melhorar a aderência ao tratamento e diminuição do abandono”, comenta Dr. Júlio. Ele acredita que o custo dessa tecnologia deverá ser baixo e financiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor da Faculdade de Ciências da Saúde ressalta que os países mais pobres poderão ser bastante beneficiados por essa tecnologia no momento que o investimento é relativamente baixo e os recursos de diagnósticos e tratamento são limitados nessas comunidades. Ele explica que a tuberculose, ainda hoje, é um problema de saúde pública em países tropicais como o Brasil. “A tuberculose é uma doença de populações vulneráveis, com ligação umbilical com os determinantes sociais. Esses determinantes sociais, infelizmente, se concentram nas regiões tropicais do mundo e, portanto, com a maior carga da doença”, analisa.

Com relação à possibilidade da tecnologia passar a ser utilizada no Brasil, Dr. Júlio diz que, até o momento, não foi discutida, pelo Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Tuberculose, a incorporação. “Acredito que sua implantação deverá ser feita após uma analise cuidadosa dos custos relativos a esse processo, bem como estudos pragmáticos que validem o uso dessa tecnologiaem nosso País”, opina. Ele revela que, atualmente, existem projetos que utilizam tecnologias móveis aplicadas à tuberculose, em diversos países do mundo. “No que diz respeito à aderência ao tratamento projetos vem sendo desenvolvidos na Nigéria, Etiópia, Paquistão, Ucrânia, Kênia, África do Sul, Índia, Nicarágua, Tanzânia, Peru, Zâmbia, Uganda e Camboja. Em relação ao diagnóstico: Vietnã, Zâmbia e Camboja. E em relação à vigilância epidemiológica: Paquistão, Índia e Uganda”, destaca.

Ele lembra que, nos últimos anos, diversas ferramentas que utilizam tecnologias móveis aplicadas à tuberculose, foram desenvolvidas. “A organização Stop TB Partnership e mHealth Alliance está avaliando todas essas tecnologias, no intuito de validar, incentivar, disponibilizar e financiar a utilização dessas novas ferramentas pelos programas nacionais de controle da tuberculose”, assegura.

Na avaliação do especialista, o uso de tecnologia móvel e barata pode diminuir o custo do diagnóstico – tanto no que diz respeito aos laudos quanto ao transporte do material para realização de baciloscopia e radiografia de tórax.  Além disso, pode reduzir custos durante o acompanhamento dos pacientes. “Muitas consultas e custos com transporte poderão ser evitados por meio dessa tecnologia”, defende.

 

tuberculose

Community members are trained to use a rating system program, via cell phone, to identify potential patients with tuberculosis

Current tuberculosis technologies have reached their limit. New advances in disease control are only possible with the development of innovative approaches, says the director of the Faculty of Health Sciences, Federal University of Grande Dourados (UFGD), Dr. Júlio Croda, stating that the initiative suggested by the Stop TB Partnership and mHealth Alliance provides enormous benefits. New technologies, which have the aim of early detection of cases, are key to reduce the transmission and incidence of tuberculosis, he says.

A recently published TB Online article, shows that the action of the Stop TB Partnership and mHealth Alliance is in line with the proposal of the innovation expert in the tuberculosis field. Community members are trained to use a rating system program, via cell phone, to identify potential tuberculosis patients. These people are encouraged to go to health clinics and hospitals for a tuberculosis diagnostic test, the expert explains. The Project gives community members a cash incentive for each detected case. Furthermore, awareness campaigns through posters, leaflets and TV adverts encourage people who have had a persistent cough for more than two weeks to visit a local clinic for TB testing.

Dr. Croda believes that this technology is innovative, because it uses mobile devices – cell phones, PDAs and smartphones – to improve the diagnosis, treatment and disease surveillance system. He says that the studies are in progress regarding the use of mobile phone for sending images of sputum culture slides and chest radiographs. In the field of monitoring of treatment in South Africa and Pakistan, for example, text messages  are sent to patients in order to improve treatment adherence and decrease drop-outs, says Dr. Croda. He believes the cost of this technology will be low and funded by the World Health Organization (WHO).

The Health Sciences Faculty director points out that poorer countries could greatly benefit from this technology, that the investment is relatively low and the diagnostic and treatment resources in these communities are limited. He explains that tuberculosis, even today, is a public health issue in tropical countries like Brazil. Tuberculosis is a disease of vulnerable populations, with an umbilical connection to the social determinants. Unfortunately, such social determinants are concentrated in tropical regions of the world which, therefore, have the highest rate of the disease, he says.

As for the possibility that the technology will be used in Brazil, Dr. Croda says that so far, its incorporation has not been discussed by the Technical Advisory Committee of the National Tuberculosis Program. I believe that its implementation should be made ??after a careful analysis of the costs of this process, as well as pragmatic studies that validate the use of this technology in our country, he argues. He reveals that there are currently projects that use mobile technologies for tuberculosis in many countries worldwide. With regard to adherence to treatment, projects have been developed in Nigeria, Ethiopia, Pakistan, Ukraine, Kenya, South Africa, India, Nicaragua, Tanzania, Peru, Zambia, Uganda and Cambodia; regarding diagnosis: Vietnam, Zambia and Cambodia; and in relation to epidemiological surveillance: Pakistan, India and Uganda, he says.

He points out that in recent years, several tools that use mobile technologies applied to tuberculosis, have been developed. The organization Stop TB Partnership and mHealth Alliance is evaluating all of these technologies in order to validate, encourage, provide and fund the use of these new tools for national tuberculosis control he says.

In the expert’s opinion, the use of mobile and low cost technology can decrease the cost of diagnosis – both with regard to diagnosis reports and the transport of material to carry out sputum culture and chest radiography.  Additionally, follow-up costs can also be reduced. Many consultations and transportation costs can be avoided by using this technology, he argues.