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UnB concede título de Professor Emérito a mestre em medicina tropicalUnB grants the title of Professor Emeritus Master of

16/11/2012

Dr.Apesar de ser vista com certo desprezo, principalmente pelos profissionais dos países não tropicais hegemônicos, a Medicina Tropical conseguiu se redescobrir, crescer em importância e se impor na comunidade científica internacional

 

A mais alta honraria concedida a um professor universitário, o título de Professor Emérito, foi outorgado ao Dr. Carlos Eduardo Tosta pela Universidade de Brasília (UnB). A indicação, aprovada por unanimidade pelos colegas da área de Patologia, da Faculdade de Medicina e do Conselho Universitário da UnB, veio em reconhecimento às atividades desenvolvidas em 43 anos de vida acadêmica. “Eu sempre quis ser professor. Logo após minha formatura em medicina, em 1968, fui contratado como auxiliar de ensino de imunologia, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1970, com a instituição do regime de dedicação exclusiva, optei pela Federal onde, pouco depois, participei da primeira turma do mestrado em Medicina Tropical”, lembra o professor que em 1972, aceitou o desafio de trabalhar na Universidade de Brasília, de onde se afastou apenas por quatro anos para realização de doutorado e pós-doutorado na Universidade de Londres.

Mestre em Medicina Tropical, Tosta acredita que apesar de ser vista com certo desprezo, principalmente pelos profissionais dos países não tropicais hegemônicos, a Medicina Tropical conseguiu se redescobrir, crescer em importância e se impor na comunidade científica internacional. “A afluência de milhares de pesquisadores de todo o mundo e de grande número de jovens estudantes ao 18th International Congress for Tropical Medicine and Malaria (ICMTT) e ao 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, realizados no Rio de Janeiro, e que trataram de uma programação científica robusta e vibrante, demonstram o vigor e o crescente interesse na Medicina Tropical”, aponta o novo Professor Emérito ao dizer que resta agora aos países tropicais se organizarem e se agregarem a fim de encontrar soluções para os problemas de saúde que lhe são peculiares. “O progressivo crescimento e desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e de sua Revista (RSBMT) cumprem seu destino de pertencerem ao principal país tropical do mundo”, destaca Tosta que ressalta o trabalho como fundamental para o Brasil assumir suas responsabilidades ao invés de continuar esperando respostas.

Quando optou pela docência e pela pesquisa científica, Tosta revela que estava motivado por duas paixões: a de aprender e ensinar, atividades complementares, e a de tentar descobrir os mistérios da vida. O professor comenta que os mais de 40 anos que separam aquele momento do atual deixaram uma marca: o gosto pela educação de qualidade e pela ciência inovadora. “Os desafios para ser um bom professor e pesquisador atualmente são muito maiores que no passado. Se, por um lado, tem havido, nas últimas décadas, um substancial avanço nas condições materiais para se fazer pesquisa científica em nosso país, por outro lado, isto vem sendo acompanhado por um descompasso no aperfeiçoamento da infraestrutura necessária para que possamos produzir ciência de forma competitiva com os grandes centros internacionais”, reconhece ao afirmar que a maior conquista de um docente universitário é conseguir motivar seus alunos para se tornarem profissionais, professores e pesquisadores comprometidos e competentes.

Apesar do amor pela profissão, o professor questiona: “Como esperar que o professor universitário consiga desempenhar com proficiência as diferentes atividades a ele regimentalmente atribuídas: ensino, pesquisa, extensão e administração, mesmo aqueles que realmente cumprem o regime de tempo integral e dedicação exclusiva?” Para ele, apesar das cobranças e expectativas, as vocações pessoais acabam por prevalecer. “As dificuldades me dão força para melhorar cada vez mais a minha atuação profissional na tentativa de superá-las. Sou hoje um profissional muito melhor que fui no passado”, avalia ao assegurar que não é função do professor dar respostas, mas sim provocar, estimular e orientar os alunos a descobri-las.

“Enquanto a vida me permitir, continuarei a provocar meus alunos em aulas e palestras; a desenvolver minhas pesquisas, cada vez mais distantes do convencional; a orientar os estudos de meus pós-graduandos, selecionados de maneira cada vez mais rigorosa; e a colocar no papel minhas ideias, cada vez mais numerosas e mais ousadas”, adianta ao garantir que é isto que gosta e aprendeu a fazer.

Carlos Eduardo Tosta
Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1968, tem especialização em Alergia e Imunologia Clínica pela mesma Universidade, mestrado em Medicina Tropical pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorado e pós-doutorado em Imunologia pela Universidade de Londres, título obtido em 1981. Professor titular de Imunologia da UnB, desde 1989, Tosta é pesquisador, conferencista, orientador, consultor, escritor e médico.

Dr.

Despite being viewed with some contempt, especially by professionals from hegemonic, non-tropical countries, Tropical Medicine has managed to rediscover itself, grow in importance and impose itself on the international scientific community

The highest honor awarded to a university professor, the title of Professor Emeritus, has been awarded to Dr. Carlos Eduardo Tosta by the University of Brasilia (UnB). The appointment, approved unanimously by colleagues in the field of Pathology, at the School of Medicine and the University Council of UnB, was made in recognition of activities that he developed over 43 years of academic life. “I always wanted to be a professor. Soon after my graduation in medicine in 1968 I was hired as an immunology teaching assistant at the State University of Rio de Janeiro (UERJ) and the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ). In 1970, when I became a full-time professor (exclusive dedication), I opted for UFRJ where, shortly after, I took part in the first Masters in Tropical Medicine” recalls the professor. In 1972 he took up the challenge of working at the University of Brasilia. Apart from a four year period at the University of London to do his phD and post-doctor’s, he has remained at UnB ever since.

A Master of Tropical Medicine, Tosta believes that although the subject is viewed with some contempt, especially by professionals from hegemonic non-tropical countries. Tropical Medicine has managed to rediscover itself, grow in importance and impose itself on the international scientific community. “The influx of thousands of researchers from around the world and the large number of young students at the 18th International Congress for Tropical Medicine and Malaria (ICMTT) and at the 48th Congress of the Brazilian Society of Tropical Medicine, held in Rio de Janeiro, which had a robust and vibrant scientific program, demonstrate the force of and the growing interest in Tropical Medicine”, notes the new Professor Emeritus. He says that it is now up to tropical countries to organize themselves and join together in order to find solutions for their particular health problems. “The progressive growth and development of the Brazilian Society of Tropical Medicine (SBMT) and its journal (RSBMT) are helping it to fulfill its destiny of becoming the principal tropical country in the world”, says Tosta. He says that this work is essential if Brazil is to assume its responsibilities instead of waiting for answers.

When he opted for teaching and scientific research, Tosta was motivated by two passions: teaching and learning, complementary activities, and trying to figure out the mysteries of life. The professor says that the more than 40 years that have passed since then, have left a mark: the taste for quality education and innovative science. “The challenges of being a good teacher and researcher are now much greater than in the past. If, on the one hand, recent decades have seen a substantial advancement in material conditions for carrying out scientific research in our country, on the other hand, there has been a mismatch in the improvement of the infrastructure required for us to produce science in a manner that competes with major international centers”. He says that the greatest achievement of a university teacher is to motivate students to become committed and competent professionals, professors and researchers.

Despite his love for his profession, he ponders: “How can you expect a university professor (even those with exclusive dedication) to proficiently perform the numerous activities assigned to him: teaching, research, extension and administration?” Despite the expectations, he believes that personal vocations eventually prevail. “The difficulties give me strength to increasingly improve my professional practice in an attempt to overcome them. I am currently a much better professional than in the past”, he says, and states that it is not a teachers role to provide answers but to provoke, stimulate and guide students to discover them.

“While life allows me, I will continue to stimulate my students in classes and lectures; develop my research (increasingly distant from the conventional) and guide the my graduate students’ studies, the selection of which is ever more stringent, and write down my ideas, which are increasingly more numerous and bolder”, he says.

Carlos Eduardo Tosta

A graduate of Medicine at the State University of Rio de Janeiro in 1968, Tosta is a specialist in Allergy and Clinical Immunology from the same university, has a Master’s in Tropical Medicine, from the Federal University of Rio de Janeiro, and a doctorate and post-doctorate in immunology from the University of London, where he obtained the title in 1981. He has been a Titular Professor of Immunology at UnB since 1989. Tosta is a researcher, lecturer, advisor, consultant, author and physician.