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Programação do 53º MedTrop enfoca endemias brasileiras e temas que merecem atenção no cenário nacional e internacional

Arboviroses, AIDS, sífilis, leismanhioses, Chagas, hanseníase, malária e hepatites virais também estão entre os destaques da programação

09/05/2017
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Queremos que o silêncio das pessoas acometidas por doenças ditas negligenciadas encontre voz em cenários de discussão científica durante o MedTrop

 

O 53º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop), que será realizado em Cuiabá, entre os dias 27 e 30 de agosto, está em plena atividade de preparação para receber seus convidados e congressistas. De acordo com a presidente desta edição, Dra. Marcia Hueb, a programação em construção já está bem adiantada e cuidadosamente preparada com enfoque nas endemias brasileiras das mais diversas regiões e realidades, incluindo também temas que hoje merecem atenção maior no cenário nacional e internacional.

“As arboviroses serão destaque na programação. Doenças causadas por diferentes vírus que se enquadram nessa categoria sempre estiveram presentes nos contextos urbano e silvestre de nosso País; dengue, por exemplo, representando uma doença urbana de grandes proporções, desafio constante tanto na assistência, controle e prevenção, merece hoje grande destaque entre pesquisadores que se dedicam à produção de vacinas eficazes e estudo dos melhores esquemas; febre amarela, antes restrita ao ambiente silvestre e hoje com a ameaça da urbanização dessa que é uma doença imunoprevenível, mas que ainda representa causa importante de morbimortalidade no Brasil. Zika e Chikungunya, representando a nova face das arboviroses urbanas, com tanto ainda a se aprender de seus potenciais patogênicos e consequências precoces e tardias para a população”, ressalta a presidente ao garantir que o MedTrop Cuiabá trará o que há de melhor no ambiente científico que engloba todas essas doenças, com a vinda de pesquisadores renomados e seus trabalhos mais recentes.

A AIDS, outro tema de fundamental relevância, que sempre surpreende com diferentes realidades epidemiológicas, a depender do momento histórico e do ambiente em que se encontra, também receberá destaque especial, tanto para a melhor compreensão do que hoje se conhece para seu tratamento e prevenção, como em sua face talvez mais oculta que é o impacto que exerce sobre outras endemias, quando em situação de coinfecção. “Estarão presentes membros importantes da comunidade científica e das instituições constituídas para decisões em políticas públicas de saúde. Este é sempre um aspecto de importância em nosso Congresso, a convivência da ciência com as decisões necessárias às políticas de saúde”, detalha. Dentro do contexto AIDS/IST, a sífilis reaparece como tema de extrema importância com a crescente incidência de casos de transmissão vertical; tratando-se de doença tratável e curável, as ações em saúde devem ser discutidas tanto na busca de falhas como de soluções para redução e até erradicação da infecção. Será um dos temas em discussão.

Doenças negligenciadas como Chagas e leishmanioses terão seu espaço próprio, com a dimensão proporcional à problemática que representam. A Reunião de Pesquisa Aplicada está dentro do MedTrop, seus convidados poderão participar do evento como um todo, mas terão programação especial com oficinas, mesas e reuniões técnicas compostas por renomados cientistas, epidemiologistas e membros das diferentes agências de controle dessas doenças. “O silêncio das pessoas acometidas por essas e outras doenças ditas negligenciadas encontra voz em alguns poucos cenários de discussão científica, o MedTrop propõe-se a ser um deles”, diz.

A hanseníase, um problema mundial de saúde pública, tendo no Brasil índices preocupantes e, em Mato Grosso, números alarmantes, representando o 1º em número de casos, terá nesse MedTrop tempo e atenção especial, com oferta de curso de manejo clínico para profissionais de saúde, além de Mesas Redondas com enfoque da epidemiologia às dificuldades em diagnóstico e tratamento. “Outras doenças que encontram poucos espaços de discussão como brucelose, hantavirose, esquistossomose, estarão representadas em Mesas para atualização dos temas”, revela a doutora Marcia.

Já a malária, que está entre as doenças tropicais de maior abrangência mundial e é sempre um desafio presente em nossa realidade, contará com curso pré-congresso de capacitação em diagnóstico e tratamento, além de mesas redondas para discussão de aspectos atuais para atualização científica.

“As hepatites virais, em sua abrangente dimensão que vai dos diferentes aspectos epidemiológicos que compõe nosso amplo cenário brasileiro, aos aspectos práticos da abordagem terapêutica, estarão muito bem representadas com renomados especialistas nacionais e locais”, finaliza a presidente do 53º MedTrop.

**Esta reportagem reflete exclusivamente a opinião do entrevistado.**