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Brasil realiza mobilizações pelo Dia Mundial da Doença de Chagas 2022

O objetivo é dar visibilidade e conscientizar a sociedade sobre essa doença negligenciada, que acomete entre 1,9 milhão e 4,6 milhões de brasileiros e brasileiras.

13/04/2022

width=350Em alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas (14/04), uma enfermidade que atinge de 6 a 7 milhões de pessoas em todo o mundo, diversas regiões do país têm se mobilizado para realizar atividades científicas e educativas sobre a temática. O objetivo é dar visibilidade à doença e conscientizar a sociedade sobre essa doença negligenciada, que acomete entre 1,9 milhão e 4,6 milhões de brasileiros e brasileiras, em diferentes regiões do país. Estimativas tão alargadas como essa dão conta do desconhecimento da Doença de Chagas no Brasil.

Toda essa preocupação por parte da comunidade científica para ampliar o debate sobre a doença tem seu lugar de ser: Chagas é hoje uma das doenças negligenciadas com maior carga de doença e de morte no Brasil, com estimativa de que aproximadamente 6 mil pessoas percam a vida, anualmente, em decorrência das complicações crônicas da doença. Uma doença silenciosa, e silenciada.

Segundo a coordenação do projeto IntegraChagas-Brasil, composta por Andrea Silvestre, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Alberto Novaes, da Universidade Federal do Ceará (UFC), há muitas barreiras para o acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença, o que se traduz em números devastadores: 10% dos doentes conseguem acesso ao diagnóstico e, desses, menos de 1% tem acesso, de fato, ao tratamento. Uma das mais importantes lacunas que compõem essa negligência está relacionada às áreas da informação, comunicação, educação e formação em saúde. Para os pesquisadores, capacitar profissionais e gestores de saúde, assim como mobilizar e empoderar movimentos sociais e comunidades podem contribuir, e muito, para modificar a situação da doença nos territórios.

“Precisamos compartilhar que o controle da doença de Chagas vai muito além do foco na transmissão vetorial pelo inseto barbeiro. Sem dúvida, é fundamental conhecermos as percepções, condições e hábitos de vida das pessoas acometidas, suas famílias e comunidades acerca da doença, para conseguirmos, de fato, sensibilizar os territórios endêmicos em relação a diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença, inclusive instrumentalizando os trabalhadores da saúde que atuam na ponta sobre a importância do cuidado integrado que a doença requer. Para que alcancemos essas metas, fortalecer o Sistema Único de Saúde, o nosso SUS, é fundamental”, alerta Novaes.

Sobre o projeto IntegraChagas

O IntegraChagas Brasil é um projeto estratégico do Ministério da Saúde, que tem como objetivo ampliar o acesso à detecção e ao tratamento da doença de Chagas crônica na atenção primária à saúde (APS), coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Segundo a pesquisadora Andrea Silvestre, a iniciativa visa, pela primeira vez, mobilizar ações integradas e estratégicas de vigilância e atenção à saúde, que serão implementadas e validadas de forma integrada nos territórios, com o apoio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) e da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS/MS), do Ministério da Saúde. O projeto prevê implantação em cinco municípios indicados como prioritários pelo Ministério da Saúde: Espinosa e Porteirinha (MG), São Desidério (BA), Iguaracy (PE) e São Luis de Montes Belos (GO). A estimativa é beneficiar, aproximadamente, um total de 6 mil pessoas, entre adultos e crianças dos cinco municípios, procurando por estratégias de engajamento e sustentabilidade que permitam que o cuidado em Doença de Chagas tenha vindo para ficar.