Notícias

Estudo inédito revela que odor da pele atrai mosquito infectado por malária New study reveals that skin odor attracts mala

14/07/2013

Estudo

Segundo a publicação, a pesquisa conseguiu mostrar que P. falciparum infectados foram significativamente mais atraídos por odores humanos que os mosquitos não infectados

O odor humano atrai mosquitos infectados pelo parasito da malária. A constatação foi registrada em artigo, veiculado na PLOS – One, sobre estudo que demonstra, pela primeira vez, que a infecção com P. falciparum causa alterações nas respostas comportamentais dos mosquitos quando submetidos a estímulos olfativos.

Segundo a publicação, a pesquisa conseguiu mostrar que P. falciparum infectados foram significativamente mais atraídos por odores humanos que os mosquitos não infectados. O grupo de pesquisadores acredita que o resultado do estudo pode ser utilizado para atentar às outras possibilidades de como a malária é transmitida de ser humano para ser humano.

Para o coordenador da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus/AM, Dr. Marcus Lacerda, o mosquito, a exemplo da raça humana, tem a capacidade de se adaptar a fim de perpetuar a espécie.

SBMT: Qual a relevância dessa descoberta? Acha surpreendente?

ML: Há várias evidências na literatura de que os microorganismos modificam os hábitos de seus hospedeiros para poderem se perpetuar na natureza. Isso se deve a uma adaptação que acontece ao longo de milhões de anos. Da mesma forma que a raça humana encontrou maneiras de usar o espaço em que vive e se adaptar a ele da melhor maneira, todos os demais seres vivos tentam facilitar a sua persistência.

SBMT: Existe alguma explicação para que mosquitos infectados pela malária sintam atração pelo odor humano? Por que o mesmo não ocorre com os não infectados?

ML: Ainda não há estudos que identifiquem os mecanismos pelos quais o parasito da malária interfere na fisiologia do mosquito, mas essa descoberta abre perspectivas para novos estudos, que, entre outras coisas, podem permitir a construção de mosquitos transgênicos, com menor capacidade de transmitir a doença no futuro.

SBMT: Em que essa descoberta pode contribuir para o combate à malária?

ML: Na descoberta dos mecanismos relacionados ao olfato do vetor, podese descobrir formas de impedir a infecção do mosquito pelo P. falciparum.

SBMT: Conforme abordado no artigo, realmente podemos afirmar que parasitas podem influenciar nas interações vetor-hospedeiro? De que forma? Por que isso ocorre?

ML: Sim, podem influenciar nas interações vetor-hospedeiro, porque a transmissão de uma doença como a malária envolve três personagens: o homem, o mosquito e o parasito. Se não houvesse uma boa interação entre eles, a doença não teria se estabelecido entre nós por tantos milênios. Ao longo do tempo, cada um aprendeu a conviver com o outro, tirando vantagens dessa simbiose.

SBMT: Qual o risco de parasitas afetarem o comportamento do hospedeiro em busca de mosquitos? Podemos dizer que aumenta o risco de transmissão da malária?

ML: Isso sempre deve ter acontecido, mas apenas agora descobrimos cientificamente o que ocorre.

Estudo

According to the journal, the research could prove that the infected P. falciparum were significantly more attracted by human odors than the not infected mosquitos

Human odor attracts malaria parasite infected mosquitos. The finding was registered in an article published on PLOS – One, about a study that shows for the first time that infection from P. falciparum causes changes in the mosquito’s behavioral responses when submitted to olfactory stimulation.

According to the journal, the research could prove that the infected P. falciparum were significantly more attracted by human odors than the not infected mosquitos. The research group believes the result can apply to other possibilities of how malaria is transmitted from human to human.

To the Dr. Heitor Vieira Dourado Tropical Medicine Foundation Dr. Marcus Lacerda, the mosquito, as the human race, has the ability to adapt in order to perpetuate its species.

BSTM: What is the relevance of the finding? Do you think it is suprising?

ML: Here are several evidences in literature that suggest the microorganisms modify their hosts habits to perpetuate in nature. This is due to an adaptation along millions of years. The same way the human race found ways to use the environment in its favor and adapt the best way, all other living creatures try to ease their persistence.

BSTM: Is there any reason why the infected mosquitos are attracted to human odor? Why doesn’t the same thing happen to not infected mosquitos?

ML: There are no studies that identify how the malaria parasite interferes with the mosquito’s physiology yet, but as for this finding, it opens perspectives to new researches, that, among others, may help built in the future, transgenic mosquitos, with less ability to infect.

BSTM: How can this discovery contribute to combat malaria?

ML: By identifying the mosquito’s mechanisms related to smell, we can find ways to prevent the mosquito’s infection by the P. falciparum.

BSTM: As approached in the article, can we really affirm that parasites can interfere in the host-vector interactions? How? Why?

ML: Yes, they can interfere in the host-vector interactions, because the malaria transmission involves three characters: the man, the mosquito and the parasite. If there weren’t good interaction between them, the disease would not have established among us for so many years. With time, each one learned how to live with the other, making advantage of this symbiosis.

BSTM: What is the risk of parasites affecting the host’s behavior in search of mosquitos? Could we say that the malaria transmission risk increases?

ML: This must have always happened, but only now we know scientifically that this happens.