Notícias

Conferência Médica Internacional avaliará o progresso e as falhas da revolução global de saúde para pacientes negligenciadosEvento que será realizado em Nova York será transmitido ao vivo pelo site de Médicos Sem Fronteiras Brasil

Novembro de 2012 – Atender às necessidades essenciais de pessoas negligenciadas pela revolução mundial de saúde será o foco de uma importante conferência médica que será realizada em dezembro, na cidade de Nova York, pela organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), pela Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e pelo Programa de Saúde global da Faculdade de Medicina Mount Sinai.

O simpósio, denominado Vidas em Jogo: Disponibilizando inovações médicas para pacientes e populações negligenciados, reunirá alguns dos especialistas mais renomados no campo da saúde global. Profissionais de saúde brasileiros poderão acompanhar o evento pelo site de MSF pelo link http://msf.org.br/vidas-em-jogo/.

O objetivo da conferência será analisar os progressos e falhas de uma década de iniciativas internacionais que visaram atender às necessidades urgentes de saúde das populações mais pobres do mundo. O Dr. Anthony S. Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, discursará na abertura do simpósio, que será realizado nos dias 13 e 14 dezembro de 2012, no Hospital Mount Sinai, na cidade de Nova York.

Embora tenha havido grandes avanços no combate às crises médicas mundiais, como a Aids, a malária e a desnutrição, houve também uma surpreendente carência em termos de inovação na luta contra doenças como a tuberculose resistente a medicamentos, a doença de Chagas e outras doenças negligenciadas que afetam tremendamente muitas pessoas , disse o Dr. Unni Karunakara, presidente internacional de MSF. A revolução na saúde global ainda precisa atingir uma ampla camada da humanidade: aqueles que continuam sofrendo em silêncio com doenças mortais, porém tratáveis??.

Carolina Batista diretora médica de MSF Brasil lembra que para doença de Chagas, por exemplo, existem apenas dois medicamentos. “Ambos foram desenvolvidos há mais de 40 anos. E só agora foi lançada a versão pediátrica. Até então, tínhamos que quebrar o comprimido em partes muito pequenas para dar às crianças”, diz. “É bom frisar, no entanto, que apesar disso, MSF sempre manteve seu compromisso em promover acesso ao tratamento dessas pessoas. Não dá para cruzar os braços e esperar o medicamento ideal.”

Dez anos atrás, pesquisadores mostraram que, entre 1975 e 1999, foram desenvolvidos apenas 1,1% de novos fármacos e medicamentos voltados para doenças tropicais negligenciadas e tuberculose, apesar de essas doenças responderem por 12% do total global de doenças. Na época, estabeleceram-se várias novas colaborações internacionais, muitas vezes entre parceiros públicos e privados, a fim de preencher essa lacuna. Fazendo um balanço dessas iniciativas, MSF e DNDi compartilharão agora os resultados de uma nova análise de todos os novos medicamentos e vacinas aprovados para as doenças negligenciadas de2000 a 2011, bem como uma análise de potenciais novos tratamentos atualmente em desenvolvimento.

Para melhorar a vida dos pacientes mais pobres e negligenciados e ter um impacto genuíno na saúde pública, não devemos deter nossos esforços nos primeiros sucessos conquistados ao longo dos últimos dez anos, disse o Dr. Bernard Pecoul, diretor executivo da DNDi. “Ainda existe um desequilíbrio fatal entre pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e as necessidades globais de saúde. Precisamos de uma forma sustentável de responder a esse desequilíbrio.

A conferência reunirá uma ampla gama de pesquisadores, médicos, especialistas em saúde global, formuladores de políticas, especialistas em biotecnologia e farmácia, doadores, ativistas, defensores de pacientes, jornalistas e editores da área biomédica, bem como representantes de países endêmicos (como Brasil, Índia, Nigéria, África do Sul, Uzbequistão e Venezuela), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial. Mesas redondas com discussões de alto nível focarão em questões como O progresso e as deficiências da década passada para P&D para pacientes negligenciados, Novas ferramentas e o panorama de P&D, Definindo prioridades para a saúde global para garantir inovação e acesso, e Mecanismos para facilitar o financiamento e a coordenação”.

Preencher a inadmissível lacuna na saúde global requer colaboração em todos os níveis, disse o Dr. Philip Landrigan, reitor de Saúde Global da Faculdade de Medicina Mount Sinai. Estamos honrados por ter a oportunidade de reunir os principais líderes e atores da saúde pública mundial na Mount Sinai para refletir sobre o trabalho da última década e agrupar todas as lições aprendidas para efetivamente traçar nossos passos futuros para enfrentar os desafios atuais de saúde.

Dado o aumento da tuberculose resistente a medicamentos, da doença de Chagas, e de infecções que podem ser prevenidas com vacinas, as sessões técnicas sobre cada tema se concentrarão em como acelerar o desenvolvimento e a utilização de novas ferramentas para o controle dessas doenças mortais negligenciadas.

Veja a agenda do evento em:
http://msf.org.br/vidas-em-jogo/

Sobre Médicos Sem Fronteiras/Médecins Sans Frontières (MSF)
MSF é uma organização médico-humanitária internacional independente que proporciona ajuda às pessoas afetadas por conflitos armados, epidemias, desnutrição, catástrofes naturais e exclusão dos cuidados de saúde em mais de 65 países.  Todos os dias, mais de 33.000 pessoas de diversas nacionalidades oferecem assistência aos que mais precisam de ajuda ao redor do mundo. São médicos, enfermeiros, especialistas em logística, administradores, epidemiologistas, técnicos de laboratório, profissionais de saúde mental, e muitos outros, que trabalham juntos, em concordância com os princípios de MSF para ações humanitárias e ética médica. Médicos Sem Fronteiras recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1999.

Sobre a DNDi
A iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) é uma organização de pesquisa e desenvolvimento sem fins lucrativos que trabalha com a finalidade de oferecer novos tratamentos para doenças negligenciadas, em particular, para a doença do sono (tripanossomíase humana africana), doença de Chagas, leishmaniose, infecções por helmintos específicos (filariais), malária e HIV pediátrico. Desde a sua criação em 2003, a DNDi disponibilizou seis tratamentos: dois antimalária de  dose fixa (ASAQ e ASMQ), a terapia combinada de nifurtimox e eflornitina (NECT) para a fase avançada da doença do sono, a terapia combinada à base de estibogluconato de sódio e paromomicina (SSG & PM) para a leishmaniose visceral na África, um conjunto de terapias de combinação para a leishmaniose visceral na Ásia e uma  dosagem pediátrica do benznidazol para a doença de Chagas. A DNDi tem ajudado a estabelecer três plataformas de pesquisa clínica: a Plataforma para a Leishmaniose na África Oriental (LEAP), no Quênia, na Etiópia, no Sudão e em Uganda; a Plataforma HAT na África, para a doença do sono, e a Plataforma de Pesquisa Clínica em Chagas, na América Latina.

Sobre o Programa de Saúde Global da Faculdade de Medicina Mount Sinai
O Programa de Saúde Global da Mount Sinai é um novo programa institucional interdisciplinar da Faculdade de Medicina Mount Sinai. Estamos trabalhando para melhorar a saúde das pessoas em todo o mundo por meio da construção de parcerias globais voltadas para pesquisa, educação e cuidado com pacientes. Para isso, criamos um fórum para promover a colaboração entre os alunos da faculdade, médicos, cientistas e estagiários interessados ??e envolvidos com a saúde global.

Doctors Without Borders/Médecins Sans Frontières, Drugs for Neglected Diseases initiative, Mount Sinai School of Medicine’s Global Health Program Convene Medical Experts from Around the World for New York Conference

NEW YORK, November 5th, 2012 – Meeting the lifesaving needs of people left behind by the global health revolution will be the focus of a major medical conference in December in New York, held by Doctors Without Borders/Médecins Sans Frontières (MSF), the Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi), and Mount Sinai School of Medicine’s Global Health Program.

The symposium, Lives in the Balance: Delivering Medical Innovations for Neglected Patients and Populations, will bring together some of the top minds in the field of global health. The goal will be to examine the progress and shortcomings of a decade’s worth of international initiatives aimed at addressing urgent health needs of the poorest populations in the world. Dr. Anthony S. Fauci, director of the National Institute of Allergy and Infectious Diseases at the US National Institutes of Health, will deliver the keynote address at the symposium, which will take place December 13-14, 2012, at Mount Sinai Hospital in New York City.

“While there have been great strides in combating global medical crises such as AIDS, malaria, and malnutrition, there has been an astonishing lack of innovation delivered in the fight against diseases like drug-resistant tuberculosis, Chagas disease, and other neglected diseases that take a tremendous toll,” said Dr. Unni Karunakara, MSF’s International President.  “The revolution in global health has yet to reach a broad swath of humanity: those who continue to suffer in silence from deadly—yet treatable—diseases.”

Ten years ago, researchers showed that from 1975 to 1999 only 1.1 percent of new drugs and medications were developed for neglected tropical diseases and tuberculosis despite the fact that these diseases accounted for 12 percent of the global burden of disease. At that time, a number of new international collaborations, often between public and private partners, were established to close this gap. Taking stock of these initiatives, MSF and DNDi will now share findings of a new analysis of all new drugs and vaccines approved for neglected diseases from 2000 to 2011, as well as an examination of the current pipeline of potential new treatments.

“To improve the lives of the poorest and most neglected patients and have a genuine public health impact, we must not stop at the first successes we have had over the past ten years,” said Dr. Bernard Pécoul, Executive Director of DNDi. “A fatal imbalance still exists between drug research and development and global health needs. We need a sustainable way to respond to this imbalance.”

The conference will bring together a broad range of researchers, medical professionals, global health experts, policymakers, pharmaceutical and biotechnology experts, donors, activists, patient advocates, and biomedical journalists and editors, as well as representatives from disease-endemic countries (such as Brazil, India, Nigeria, South Africa, Uzbekistan, and Venezuela), the World Health Organization (WHO), and the World Bank. High-level roundtable discussions will focus on “Progress and Shortcomings of the Past Decade for R&D for Neglected Patients;” “New Tools and the R&D Landscape;” “Setting Priorities for Global Health to Ensure Innovation and Access;” and “Mechanisms for Facilitating Financing and Coordination.”
 “Closing the unconscionable gap in global healthcare requires collaboration at every level,” said Dr. Philip Landrigan, Dean for Global Health of the Mount Sinai School of Medicine.  “We are honored to have the opportunity to bring together key leaders and stakeholders in global public health at Mount Sinai to reflect on work of the past decade and collate lessons learned to effectively map our future steps for tackling current health challenges.”

With drug-resistant TB, Chagas disease, and vaccine-preventable infections on the rise, technical sessions on each will focus on how to accelerate the development and use of new tools to control these deadly neglected diseases.

View the preliminary agenda: here 

Register for the conference: here

About Doctors Without Borders/Médecins Sans Frontiers (MSF)
MSF is an international independent medical humanitarian organization that delivers emergency aid to people affected by armed conflict, epidemics, malnutrition, natural disasters, and exclusion from health care in more than 60 countries. On any one day, more than 27,000 individuals representing dozens of nationalities can be found providing assistance to people caught in crises around the world. They are doctors, nurses, logistics experts, administrators, epidemiologists, laboratory technicians, mental health professionals, and others who work together in accordance with MSF’s guiding principles of humanitarian action and medical ethics. MSF received the Nobel Peace Prize in 1999.

About DNDi
The Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi) is a not-for-profit research and development organization working to deliver new treatments for neglected diseases, in particular sleeping sickness (human African trypanosomiasis), Chagas disease, leishmaniasis, specific helminth (filarial) infections, malaria, and pediatric HIV. Since its inception in 2003, DNDi has delivered six treatments: two fixed-dose antimalarials (ASAQ and ASMQ), nifurtimox-eflornithine combination therapy (NECT) for late-stage sleeping sickness, sodium stibogluconate and paromomycin (SSG&PM) combination therapy for visceral leishmaniasis in Africa, a set of combination therapies for visceral leishmaniasis in Asia, and a pediatric dosage form of benznidazole for Chagas disease. DNDi has helped establish three clinical research platforms: Leishmaniasis East Africa Platform (LEAP) in Kenya, Ethiopia, Sudan, and Uganda; the HAT Platform based in Africa for sleeping sickness; and the Chagas Clinical Research Platform in Latin America.

About Mount Sinai School of Medicine’s Global Health Program
Mount Sinai Global Health is a new institution-wide interdisciplinary program at The Mount Sinai School of Medicine. We are working to improve the health of people around the world by building global partnerships in research, education, and patient care – in turn creating a forum for collaboration among the school’s students, physicians, scientists, and trainees interested and involved in global health.