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Pandemia trouxe oportunidade de ampliar ChagasLeish em dois movimentos: Oficinas Virtuais e Reunião Satélite

A realização do evento em dois momentos será forte em potencializar o alcance dos resultados

07/06/2021
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Ambiente virtual abre a oportunidade de participação sem a necessidade do deslocamento, o que amplia o alcance das iniciativas

Em 2020 ninguém imaginou o que estava por vir, mas tínhamos a esperança de que em 2021 as coisas pudessem estar melhores. Todos esperavam e todos acreditavam. Mas ao invés disso estamos passando pelo pior momento da pandemia no Brasil e queremos que todos estejam seguros. Por isso, a Reunião Anual de Pesquisa Aplicada em doença de Chagas e Leishmanioses (ChagasLeish) de 2021 será dividida em dois momentos: a Reunião Virtual com a realização de OFICINAS, on-line, nos dias 13 e 14 de agosto, e a Reunião Satélite ao 56º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP Play 2021), que vai ocorrer entre os dias 25 e 28 de outubro.

A Dra. Luciana de Almeida Silva Teixeira, professora associada de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e coordenadora das Oficinas Virtuais ChagasLeish 2021, explica que a pandemia trouxe o desafio de transformar a idealização de um encontro presencial em adaptação para a realidade virtual. De acordo com ela, um aspecto muito enfatizado no último ChagasLeish, ocorrido no MEDTROP de 2019, em Belo Horizonte, foi a importância de fortalecer a inter-relação entre os pesquisadores e os serviços de saúde. “Em um evento da magnitude do MEDTROP, com palestras, mesas, conferências, apresentações de trabalhos, dentre outros, ficou menos evidente o enfoque nas clássicas oficinas das reuniões ChagasLeish”, enfatiza.

Neste sentido, segundo a Dra. Teixeira, a pandemia representou também uma oportunidade de ampliar o ChagasLeish para dois movimentos: o primeiro com as Oficinas Virtuais ChagasLeish 2021, sob a sua coordenação, em conjunto com a Coordenação Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde; e o segundo com o ChagasLeish, reunião satélite ao MEDTROP Play 2021, sob a coordenação dos professores Ana Yecê Pinto e Fernando Silveira, ambos do grupo sede do MEDTROP Play.

As Oficinas virtuais abordarão as principais temáticas em doença de Chagas e Leishmanioses, com o objetivo de ampliar o debate e buscar soluções para efetivação do controle, diagnóstico e tratamento dessas endemias. Renomados pesquisadores, profissionais da saúde, representantes do Ministério da Saúde e Serviços de Saúde Estaduais e Municipais na doença de Chagas e nas Leishmanioses vão participar do evento. Para a ocasião, foram previstos momentos de explanação com a participação destes grandes nomes, bem como a formação de grupos de trabalho que serão distribuídos em ambientes virtuais independentes, proporcionando maior integração entre os participantes.

A Dra. Luciana conta que todos estão muito envolvidos nos preparativos no sentido de aproveitar ao máximo o tempo do encontro síncrono em ambiente virtual. “Para as Oficinas Virtuais, foi realizada no dia 14 de maio uma reunião preparatória, que contou com a participação ativa de mais de 130 pessoas representantes dos serviços de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Por meio da interlocução entre pesquisadores, representantes da SVS e dos serviços foi possível delinear a temática das Oficinas Virtuais que ocorrerão em agosto. A partir desta interação alcançamos o enfoque inter-relação entre Pesquisa, Tecnologia e Serviço na busca de soluções para o controle de doenças endêmicas”, detalha a coordenadora das oficinas virtuais ao lembrar que o ambiente virtual traz desafios, mas ao mesmo tempo, abre a oportunidade de participação sem a necessidade do deslocamento, o que amplia o alcance das nossas iniciativas.

Os preparativos também avançam para o ChagasLeish, reunião satélite ao MEDTROP Play 2021, com cursos pré-congresso e atividades complementares de mesas redondas na mesma idealização de pesquisa e serviço de mãos dadas. “Neste sentido, estão sendo preparadas 12 atividades diferentes das oficinas, com previsão de 4 mesas redondas, 6 miniconferências e 4 minicursos, divididas entre os dois agravos. E ainda a possibilidade de apresentação de trabalhos científicos nas modalidades oral ou E-pôster”, comemora a Dra. Teixeira.

O ChagasLeish representa um evento científico tradicional brasileiro que procura responder a demandas no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir dos programas de controle de doença de Chagas e Leishmanioses. Sob responsabilidade da SBMT, reúne pesquisadores, docentes e estudantes de diversas áreas do conhecimento que transversalizam os modos de reconhecimento da importância destas doenças assim como as estratégias para seu enfrentamento. Além disso, tem envolvido gestores de saúde, organizações governamentais e não governamentais, assim como pessoas interessadas, inclusive pessoas afetadas por estas doenças. Nestas reuniões são discutidos aspectos inerentes a diversas perspectivas de elementos do ambiente, vetores, reservatórios e hospedeiros acidentais, com destaque para o ser humano.

Este evento tornou-se referência no calendário brasileiro, com uma história de mais de 30 anos, iniciando-se em 1984 quando da realização da I Reunião sobre Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas que inseria exclusivamente temáticas relativas à doença de Chagas. Doze anos após, em 1996, as questões próprias das Leishmanioses foram integradas em virtude da crescente relevância epidemiológica nos contextos brasileiro e mundial, em especial nos espaços urbanos. As reuniões buscam potencializar o intercâmbio técnico-científico entre pesquisadores de diversos campos do saber e de diferentes países, mas integrando necessariamente, como reunião aplicada, profissionais da saúde, professores universitários, estudantes (graduação e pós-graduação), gestores em saúde, técnicos de programas de controle e movimentos sociais.

“Estamos com expectativa muito positiva para os dois movimentos do ChagasLeish. Para as Oficinas Virtuais de agosto já contamos com 45 convidados confirmados e com a pré-inscrição de mais de 800 interessados. No 2º Movimento, pretende-se dar continuidade ao legado das tradicionais reuniões ChagasLeish, que desde seus primórdios servem de ambiente inigualável para a troca de conhecimentos e experiências científicas entre pesquisadores e estudantes interessados em temas relevantes e atuais voltados ao entendimento e ao enfrentamento da doença de Chagas e das Leishmanioses. Acreditamos que será um dos grandes destaques no MEDTROP Play de 2021”, assinala a Dra. Teixeira.

Com a inserção de debates crítico-reflexivos, estas reuniões têm oportunizado formação de redes e maior troca de conhecimento relativo a cenários epidemiológicos destas doenças e sua dinâmica de transmissão, englobando a diversidade inerente a pessoas infectadas e aquelas sob risco de infecção, parasitos (com sua diversidade), vetores (autóctones ou não) e reservatórios, em busca de ações consistentes voltadas para gestão, vigilância, controle, atenção integral à saúde, prevenção, reabilitação, empoderamento, educação, comunicação, participação social, bem como para desenvolvimento de pesquisas de diferentes naturezas com foco em doença de Chagas e Leishmanioses. Representa, portanto, espaço estratégico e singular para composição de agendas para o País.

Por fim, a coordenadora das oficinas virtuais destaca que o ChagasLeish pretende aumentar a interlocução da comunidade científica com as secretarias de vigilância em doença de Chagas e Leishmanioses do Ministério da Saúde; promover o intercâmbio técnico-científico entre profissionais de saúde e pesquisadores das áreas de pesquisa básica e aplicada em epidemiologia, fisiologia, imunologia, parasitologia, genética, patologia e biologia, buscando novas estratégias de controle, profilaxia, tratamento e manejo clínico na doença de Chagas e Leishmanioses; bem como aproximar profissionais das áreas de desenvolvimento tecnológico estratégico como medicina molecular, robótica, engenharia, farmacologia, nanotecnologia, inteligência artificial, tecnologia da informação dentre outras, aos profissionais das áreas básica e aplicada, buscando uma perspectiva prática de interação na solução dos problemas clínicos e sociais advindos dessas endemias. Além disso, de acordo com a Dra. Teixeira, o ChagasLeish favorece a capacitação qualificada de profissionais e estudantes nas mais diversas áreas destes agravos e promove atualização em áreas estratégicas de pesquisa básica e clínica, assim como áreas de tecnologia, fundamentais para os profissionais que trabalham diretamente nessas áreas. “Por isso, entendemos que a realização do evento em dois momentos será forte em potencializar o alcance dos resultados pretendidos com estes objetivos”, conclui.

Além do ChagasLeish, também estão previstos: Entomol8, VIII Workshop Nacional da REDE-TB (Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose), Reunião Nacional de Pesquisa em Malária, 4º Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Negligenciadas e Fórum COVID-19. A participação nos eventos satélites, que ocorreram simultaneamente ao Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, amplia a participação do púbico e possibilita a integração dos grupos. Eles representaram uma excelente oportunidade para os participantes posam trocar suas expertises, debater possíveis parcerias em outras áreas e em projetos de colaboração. Nas atividades do MEDTROP PLAY estão planejados 16 cursos pré-congresso, 24 conferências, 48 minicursos, 72 mesas redonda e a apresentação dos temas livres e E-posterês.