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Rede integra pesquisadores e sociedade civil para formular políticas contra o Zika

Proposta da iniciativa é facilitar a formulação e implementação de ações e políticas para o enfrentamento do problema no Brasil

12/12/2016
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Há cerca de 10 mil casos de microcefalia notificados e o espectro de anormalidades congênitas causadas pela infecção é extenso

A epidemia de Zika já não gera mais a mesma mobilização de pouco tempo atrás. Até mesmo o Comitê de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) já declarou, em novembro, que não considera mais o vírus e a microcefalia uma emergência de saúde internacional. Mas independente do tema estar ou não em evidência, um grupo formado por especialistas, gestores e representantes da sociedade civil mantém o foco firme no combate ao vírus. Trata-se da Rede Nacional de Especialistas em Zika e Doenças Correlatas (RENEZIKA). A proposta da iniciativa, formalizada em maio de 2015, é facilitar a formulação e implementação de ações e políticas para o enfrentamento do problema em todo o País.

“Isto será particularmente importante nesta nova fase da epidemia, apesar de não termos o mesmo apoio midiático de antes. Mas cabe lembrar que existem aproximadamente 10 mil casos de microcefalia notificados e hoje sabemos que o espectro de anormalidades congênitas causadas pela infecção é mais extenso”, explica o Coordenador Geral de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde, doutor Tazio Vanni, integrante da RENEZIKA. Ao todo, foram formados sete grupos de trabalho, que vão discutir temas como parcerias internacionais e a atenção à saúde das mulheres e crianças no contexto do vírus pelos próximos 12 meses. Este último debate, inclusive, é fundamental, já que as mulheres são as mais afetadas pela epidemia de Zika.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), entre janeiro e meados de agosto deste ano, foram registrados cerca de 197 mil casos prováveis de febre pelo vírus no País, distribuídos em mais de 2,2 mil municípios. As mulheres representam 67,3% do total desses casos. A associação entre grávidas infectadas e o nascimento de bebês com alterações neurológicas, como a microcefalia, reforça a importância de implementar medidas de controle no País para minimizar o risco de transmissão da doença, especialmente em mulheres, de acordo com a Pasta.

Por isso, o foco do trabalho no combate ao vírus também prioriza o público feminino. Segundo o doutor Tazio, há uma orientação integrada com três novos elementos. O primeiro deles é que, agora, os bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus durante a gestação passam a ser acompanhados até os três anos de idade. Além disso, outras malformações decorrentes do vírus serão investigadas e não apenas a medida da cabeça. A terceira recomendação é que seja feita uma segunda ultrassonografia no pré-natal para identificar alterações neurológicas na gestação.

Mesmo que o Zika e microcefalia já não estejam mais tão em voga quanto há alguns meses, é bom ficar atento. O verão está chegando e, com ele, o aumento da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus.