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‘Super camisinha’ pode aumentar prazer e ter preço acessível

Preservativo contém substância que ataca o vírus HIV caso o produto seja rompido

02/02/2016
Dra.

Doutora Mahua Choudhury explica que se faz necessário mais suporte financeiro para fazer o produto chegar ao mercado

Uma camisinha que não usa látex, que pode ajudar – e muito – a combater o vírus HIV e ainda aumentar o prazer sexual. Ah, e podendo custar cerca de 1 centavo de dólar. Seria possível? Pois um trabalho desenvolvido pela doutora Mahua Choudhury, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e financiado pela Fundação Bill Gates mostra que sim.

O preservativo é feito de um polímero elástico conhecido como hidrogel, contendo uma substância à base de plantas que ataca o vírus HIV caso ocorra um rompimento da camisinha. Esses mesmos antioxidantes, de acordo com a pesquisadora, também estimulam as terminações nervosas e, por isso, geram maior prazer sexual.

Em entrevista exclusiva ao site da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), a doutora Choudhury explica, entre outros, que o objetivo é comercializar o produto “com o menor preço possível”.

Veja, abaixo, a íntegra da entrevista:

SBMT: Como a pesquisa foi realizada?

Dr. Choudhury: A pesquisa começou com o prêmio Bill and Melina Gates Grande Challenge em uma iniciativa de prevenir o HIV no mundo. Com esse subsídio, a pesquisa foi conduzida para criar um novo material para preservativos.

SBMT: Como esse produto vai ajudar a controlar o HIV nos países mais pobres?

Dr. Choudhury: Nós acreditamos que o produto vai ajudar a prevenir o HIV ou qualquer outra doença sexualmente transmitida. Caso o vírus acidentalmente passe, os oxidantes no produto serão capazes de neutralizar o vírus ou prevenir a replicação viral através de vários mecanismos.

SBMT: Esse produto poderá aumentar o prazer?

Dr. Choudhury: Se obtivermos sucesso, o prazer será aumentado por influências em terminações nervosas.

SBMT: Esse produto terá um preço acessível?

Dr. Choudhury: A idéia é fazê-lo o mais barato possível. Nossa visão é fazê-lo custar 1 centavo de dólar (se possível).

SBMT: Quando estará disponível no mercado?

Dr. Choudhury: A ciência caminha em passos lentos. Nós queremos ter certeza de que atingiremos nossa meta. No final das contas, queremos ajudar a humanidade e novamente, revoluções não acontecem em um dia. Precisamos de mais suporte financeiro para fazer o produto chegar ao mercado.