Notícias

Vacina contra malária pode ser aprovada pela OMS em outubro de 2015 WHO may approve vaccine against malaria in October 2015

De acordo com a pesquisa, a vacina é parcialmente eficaz contra a doença clínica em crianças africanas por até quatro anos após a vacinaçãoAccording to the research, the vaccine is partially efficient against the clinic disease in African children until four years after immunization

10/07/2015

foto4

Vacina foi desenvolvida para uso na África Subsaariana, onde a doença ainda mata cerca de 1.300 crianças por dia

Os dados de ensaios finais da vacina RTS,S/AS01 foram publicados no final de abril na revista científica The Lancet. Segundo um dos autores do estudo, o doutor Brian Greenwood, há a possibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovar o produto ainda este ano.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) analisará os dados do ensaio nos próximos meses. Se a agência der um parecer favorável, a OMS poderia recomendar o uso da RTS,S/AS01 já em outubro deste ano”, explicou o Dr. Greenwood, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

O imunizante atua contra o Plasmodium falciparum, parasita mais frequentemente encontrado na África – onde, junto com a Ásia, estão concentrados 90% dos casos. No Brasil, o Plasmodium vivaxé o mais comum. A vacina, aliás, foi desenvolvida para uso na África Subsaariana, onde a malária ainda mata cerca de 1.300 crianças todos os dias.

De acordo com a pesquisa, a vacina é parcialmente eficaz contra a doença clínica em crianças africanas por até quatro anos após a vacinação. Os resultados sugerem que ela pode evitar um número substancial de casos de malária clínica, especialmente em áreas de alta transmissão.

O estudo revelou que a sua eficácia contra a malária clínica e grave foi melhor nas crianças do que em recém-nascidos, mas diminuiu ao longo do tempo nos dois grupos. Contudo, a proteção foi prolongada ao se aplicar uma dose de reforço, aumentando o número médio de casos prevenidos. Apesar da eficácia caindo ao longo do tempo, ainda há um benefício claro em relação ao uso da RTS,S/AS01”, disse o Dr. Greenwood.

Esta etapa da pesquisa – chamada de fase 3 – envolveu 15.459 bebês (com idades entre 6 a 12 semanas na primeira vacinação) e crianças (5 a 17 meses na primeira vacinação) com diferentes níveis de transmissão da malária. Todas elas de sete países da África Subsaariana: Burkina Faso, Gabão, Gana, Quênia, Malawi, Moçambique e Tanzânia.

A pesquisa mostrou que, no primeiro ano após a vacinação, os casos clínicos de malária foram reduzidos em 50% naqueles que receberam (os recém-nascidos). Após quatro anos, contudo, a eficácia do produto caiu para 36%, em comparação com as crianças que não foram imunizadas.

Ainda segundo o estudo, as doses sozinhas não apresentaram proteção significativa contra casos severos da doença. Porém, quando complementadas com o reforço, houve uma redução de 32% nos episódios graves. Os bebês imunizados com menos de 5 meses de idade tiveram apenas 26% de proteção contra malária ao longo de três anos.

O estudo foi financiado pelas empresas GlaxoSmithKline Biologicals e pela Fundação Bill & Melinda Gates.

foto4

The vaccine was developed for Sub-Saharan Africa, where the disease still kills 1300 children per Day

The data from the RTS,S/AS01 vaccine final tests were published in late April in the scientific journal The Lancet. According to one of the studys authors, Doctor Brian Greenwood, there is a possibility that the World Health Organization approves the vaccine still this year.

The European Medicines Agency (EMA) will analyze the tests data during the next months. If the agency gives a favorable opinion, the WHO could recommend the use of RTS,S/AS01 already in this October, explained Dr. Greenwood, professor at the London School of Hygiene and Tropical Medicine.

The vaccine acts against the Plasmodium falciparum, Africas frequent parasite – where along with Asia, concentrate 90% of the cases. In Brazil, Plasmodium vivax is most common. The vaccine, by the way, was developed for use in Sub-Saharan Africa, where malaria still kills around 1300 children per day.

According to the research, the vaccine is partially efficient against the clinic disease in African children until 4 years after immunization. The results suggest it could avoid a substantial number of clinic malaria cases, especially in high-transmission areas.

The study revealed its effectiveness against clinic and severe malaria was best among children rather than among newborns, but decreased with time in both groups. However, the protection was prolonged if an extra dose was applied, increasing the average number of prevented cases. Despite the effectiveness decreases with time, there is still a clear benefit of the RTS,S/AS01, said Dr. Greenwood.

This new phase of the research – called phase 3 – involved 15,459 babies (aging between 6 and 12 weeks at the first immunization) and children (5 to 17 months at the first immunization) with different levels of malaria transmission. All of them were from seven Sub-Saharan African countries: Burkina Faso, Gabon, Ghana, Kenya, Malawi, Mozambique and Tanzania.

The research showed that, in the first year after immunization, the clinic malaria cases reduced by 50% among those who received the vaccine (the newborns). After four years, however, the products effectiveness dropped to 36%, compared to non-vaccinated children.

Still according to the study, the doses alone offered no significant protection against severe cases of the disease. However, when complemented with the extra dose, there was a reduction of 32% in the severe episodes. The babies immunized with less than 5 months of age had only 26% protection against malaria for three years.

The study was funded by GlaxoSmithKline Biologicals and by the Bill & Melinda Gates Foundation.