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57º METROP: cerimônia de abertura enaltece ciência, democracia e fortalecimento do SUS

Com importantes instituições de pesquisas na área de doenças tropicais e negligenciadas, Belém sedia evento pela 4ª vez

14/11/2022
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MEDTROP 2022 é palco de grandes discussões com 72 mesas-redondas, 50 miniconferências, 30 conferências, 14 cursos pré-congresso e cinco eventos paralelos

A cidade de Belém (PA), com suas belezas, cultura pungente, manifestações artísticas, religiosas e culturais, que simbolizam a história da capital paraense, um grande destino turístico, este ano foi palco do maior evento científico de Medicina Tropical, o 57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP). Durante quatro dias, o Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, acolhe um público que contabiliza mais de 2.500 mil pessoas, que juntas debatem soluções multidisciplinares para os principais agravos que acometem os Trópicos. Para isso, foi preparada uma intensa programação científica, composta por 14 cursos pré-congresso, 50 miniconferências, 72 mesas-redondas, 30 conferências e cinco eventos satélites. A programação contou ainda com 14 cursos pré-congresso, 109 temas livres para apresentação oral e 1314 apresentações de pôster e um curso pós-congresso.

Em seu discurso durante a cerimônia de abertura, o presidente da SBMT, Dr. Júlio Croda, lembrou a sua trajetória profissional em prol da ciência e a vida dedicada às populações vulneráveis e à pesquisa. Ele destacou que as pesquisas, as linhas de cuidado e os programas de controle das doenças tropicais deveriam desde o princípio tomar como referencial as demandas e reivindicações oriundas das pessoas acometidas por estas doenças. “Precisamos apoiar e legitimar espaços e contribuir para a criação de mecanismos que garantam voz a elas. Não podemos mais aceitar que pessoas morram ou fiquem incapacitadas, por limitação de diagnóstico, de tratamento efetivo, de vacina ou de medicamentos desenvolvidos há décadas”, enfatizou. O Dr. Croda também prestou homenagem ao Dr. Lee W. Riley, Dr. Bodo Wanke e Dra. Rosemery Costa Pinto, que faleceram recentemente. Ele elogiou ainda a Dra. Ethel Maciel, Dr. Alberto Chebabo e Dra. Margareth Dalcolmo pela atuação durante a pandemia de Covid-19 e pelo relevante papel na comunicação e na ciência.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Dra. Nisia Trindade, frisou que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser um compromisso de todos. “É hora de reforçar a importância de fortalecer o SUS, a democracia e a participação popular. Este é o momento de buscar soluções inovadoras para o SUS, muitas das quais saem do MEDTROP”, apontou. Já o representante do Ministério da Saúde, Dr. Cássio Peterka, mencionou que a aproximação da academia com a pesquisa é fundamental para o avanço do SUS. Ele também assinalou a importância da intersetorialidade para a solução dos problemas na área de saúde. Por fim, o representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Dr. Miguel Aragón, expressou o privilégio de participar, pela primeira vez, do MEDTROP e parabenizou a SBMT pelos seus 60 anos de existência, trabalho, esforço e, principalmente, por documentar cientificamente e fazer propostas baseadas em evidência para a luta contra todas as doenças tropicais, não só no Brasil, mas para o mundo.

Prêmio Jovem Pesquisador e Pesquisador Sênior

Ainda durante a solenidade de abertura, o Dr. André Siqueira anunciou os vencedores do Prêmios Jovem Pesquisador nas categorias Graduação, Mestrado e Doutorado. Os vencedores na categoria Graduação foram Ivone Chaquiam (1º lugar), Melisane Ferreira (2º lugar) e Renata Lopes (3º lugar). Na categoria Mestrado, os escolhidos foram Thito da Paz (1º lugar), Raimunda de Souza (2º lugar) e Amanda Pereira (3º lugar). Por fim, na categoria Doutorado, os premiados foram Larissa Kirocovisque (1º lugar), Diego Guedes (2º lugar) e Lourrany Costa (3º lugar).

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A Medalha do Mérito Científico Carlos Chagas, foi outorgada ao médico pesquisador titular do Instituto Evandro Chagas (IEC), Dr. Habib Fraiha Neto. No IEC, ele chefiou a Seção de Parasitologia, foi professor adjunto do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde coordenou o curso de Pós-Graduação em Doenças Tropicais. É membro titular da Academia de Medicina do Pará, onde ocupa a cadeira Gaspar Vianna. Também é Doutor em Ciências Biológicas pela UFPA por mérito de produção científica e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia (biênio 1985-1987. A honraria foi entregue pelo Dr Mitermayer Galvão dos Reis e Dr. Sinval Pinto Brandão Filho.

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A realização do MEDTROP 2022 marca os 60 anos da SBMT, uma das mais antigas e atuantes sociedades científicas do Brasil, além da retomada dos eventos científicos presenciais, que estavam sendo realizados em ambiente virtual devido à pandemia. “Estamos muito felizes porque a nossa expectativa era reunir um público em torno de dois mil pessoas, entre profissionais, pesquisadores e estudantes da área de saúde, número que foi ultrapassado (2.500 inscritos)”, com presença das 26 Unidades Federativas mais o Distrito Federal, além de participantes do exterior”, comemorou o Dr. Croda. Belém do Pará, uma das principais cidades da região Norte do Brasil, conta com importantes instituições de pesquisas na área de doenças tropicais e negligenciadas, além de ser o portal para a Amazônia, com características culturais marcantes seja na sua dança, comida ou na forma alegre de viver do povo paraense.